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Mudança climática não é culpada por maior iceberg da história

Eric Roston

13/07/2017 14h11

(Bloomberg) -- Um iceberg com o dobro de água do Lago Erie, nos EUA, se separou da Antártica. O maior pedaço de gelo do mundo pesa um trilhão de toneladas e tem uma área de superfície do tamanho de Delaware.

Soa assustador, mas não é tão terrível quanto parece. Essa massa de gelo sempre esteve flutuando -- é o elemento da flutuação livre que é novidade. O iceberg se descolou da plataforma Larsen C, uma camada de gelo que cobre o Mar de Weddell e que tem uma espessura que varia entre 200 metros e 600 metros. Os cientistas continuarão estudando a área em busca de sinais de novos colapsos.

Como as placas de gelo já flutuam em águas abertas, os icebergs que elas produzem não afetam os níveis dos oceanos globais, que estão aumentando a uma taxa de cerca de 3,4 milímetros por ano. Os oceanos estão crescendo, tanto direta quanto indiretamente, devido às temperaturas crescentes induzidas pelo ser humano. A água mais quente ocupa um volume maior que a mesma quantidade de água fria, o que contribui para a expansão. O novo iceberg gigante se derreterá na água e, consequentemente, esquentará ao longo do tempo, mas não contribuirá significativamente para o aquecimento dos oceanos do mundo como um todo. É mais preocupante o derretimento de mantos de gelo e geleiras que derramam água no mar e que, ao contrário das plataformas, não faziam parte dele antes.

"Embora este seja um acontecimento natural e não tenhamos ciência de nenhuma ligação com a mudança climática induzida pelo homem", disse Martin O'Leary, especialista em geleiras da Universidade de Swansea, em comunicado, "isso coloca a plataforma de gelo em uma posição vulnerável. Este é o maior recuo do gelo já registrado."

Independentemente de os cientistas estabelecerem uma conexão direta entre o desprendimento do iceberg e a ação humana, isso não influi na tendência de longo prazo, que revela que a poluição climática está esquentando a Terra.