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Banco Goldman Sachs vê queda de viagens aéreas pior que no 11 de setembro

Esha Dey

11/03/2020 15h30Atualizada em 11/03/2020 16h05

(Bloomberg) — O tráfego aéreo global cairá 7% este ano, de acordo com projeção do banco Goldman Sachs, com empresas aéreas de todo o mundo anunciando quedas significativas de capacidade à medida que o surto de coronavírus se espalha.

O analista Noah Poponak disse que a queda refletirá baixas de dois dígitos —15% a 45%— de fevereiro a maio. No entanto, estima-se que o tráfego aéreo se recupere no próximo ano com um salto de 15%.

A estimativa de Goldman baseia-se nos declínios observados durante os choques de demanda anteriores, como o surto de Sars, 11 de setembro e a crise financeira, além de dados de crescimento de tráfego na China e Ásia-Pacífico e cortes de capacidade das companhias aéreas globais.

"Isso resulta em uma taxa de declínio mais acentuada do covid-19 do que durante Sars, 11 de setembro e 2008/2009", escreveu Poponak em nota.

As companhias aéreas têm anunciado planos para reduzir a capacidade, à medida que as restrições de viagens continuam a aumentar em meio ao surto do vírus. Na terça-feira, várias operadoras também retiraram seu guidance para o ano, refletindo a incerteza sobre a trajetória do vírus.

As ações das companhias aéreas americanas sofreram um enorme golpe, e o grupo caiu cerca de 30% desde 19 de fevereiro. O índice S&P 500 caiu 17% no mesmo período.

Produção de aeronaves

Essa desaceleração do tráfego aéreo também afetaria as taxas de produção de aeronaves e, embora a Poponak ainda espere que a Boeing aumente sua taxa de produção de aviões Max para 52 por mês até o segundo trimestre de 2022, ele agora estima que a fabricante permanecerá nessa velocidade em vez de acelerar até 57.

"Presumimos que a Boeing tenha que reduzir a taxa do 787 para 8 por mês em 2022, a fim de manter a cobertura da carteira de pedidos, e estará apta a voltar à taxa de 10 em 2025 ", disse o analista.

A demanda por jatos executivos também deve ser prejudicada, pois é altamente suscetível à incerteza econômica, às condições de negócios e à demanda por viagens privadas, disse Poponak, acrescentando que a produção da indústria deverá diminuir 8% em 2020 e 5% em 2021 antes de se recuperar no ano seguinte.