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Alto preço da soja brasileira leva China a comprar grãos dos EUA

Soja brasileira perde vez para o cultivo americano, de preço inferior - Paulo Whitaker
Soja brasileira perde vez para o cultivo americano, de preço inferior Imagem: Paulo Whitaker

Isis Almeida e Tatiana Freitas

11/08/2020 08h56

A China, maior importadora mundial de soja, está desistindo de comprar grãos do Brasil, que estão mais caros, e substituindo acordos fechados anteriormente com suprimentos dos Estados Unidos, segundo pessoas a par das transações.

Traders têm cancelado compras feitas no início do ano com o Brasil devido à maior diferença de preço em relação aos grãos dos EUA, disseram as pessoas, que não quiseram ser identificadas. Alguns operadores fizeram acordos para abastecer suas próprias operações na China, enquanto outros representam clientes chineses, segundo as fontes.

Os preços da soja brasileira subiram em meio à menor oferta. Ao mesmo tempo, a safra dos EUA se aproxima e traders esperam uma supersafra. Analistas consultados pela Bloomberg projetam que a produtividade será a mais alta desde 2016. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos divulga o relatório mensal na quarta-feira.

A diferença de preços entre os dois países impulsionou as compras de soja americana. Na segunda-feira, o Departamento de Agricultura dos EUA divulgou a venda de quase 600 mil toneladas de soja para a China em negociações realizadas no fim da semana passada. Também na segunda-feira, pessoas com conhecimento do assunto disseram que exportadores dos EUA venderam pelo menos mais seis cargas para a China. Uma carga típica comporta de 55 mil a 60 mil toneladas.

A medida pode ajudar a China a acelerar o cumprimento de suas promessas sob o acordo comercial de primeira fase com os EUA, antes da reunião de 15 de agosto entre os governos de Washington e Pequim. No primeiro semestre, os EUA embarcaram cerca de US$ 7,3 bilhões em produtos agrícolas para a China, apenas 20% da meta de US$ 36,5 bilhões, segundo dados do USDA.