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Zara lança etiqueta que disponibiliza informações de fornecedores por QRCode

Em São Paulo

20/05/2014 18h43

A grife espanhola de roupas Zara anunciou nesta terça-feira (20), em São Paulo, um novo projeto social que oferece informações sobre os fornecedores por meio de QRCode nas etiquetas com o objetivo de dar mais "transparência" à produção de roupas da empresa.

"É importante gerar a transparência das informações para os clientes, porque ajuda na vigilância e no acesso a mais informações sobre nossas roupas", afirmou o presidente da Zara no Brasil, João Braga, em coletiva de imprensa, em São Paulo.

O projeto "Fabricado no Brasil" com as etiquetas codificadas começarão a ser produzidas para a próxima coleção de verão e, segundo o presidente da empresa no país, é "pioneiro" entre as várias lojas Zara espalhadas no país.

As informações podem ser acessadas por aplicativo de celular que faz a leitura do código.

O projeto faz parte da continuidade de iniciativas de responsabilidade social que a empresa espanhola Inditex, dona da Zara, assinou com o Ministério Público do Trabalho (MPT) em 2011, quando houve flagrantes de trabalho escravo em fornecedores de peças de roupas da Zara em São Paulo.

O Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado entre a empresa e o MPT terminou no final de 2013, mas de acordo com o presidente da Zara no Brasil, as ações continuarão, sendo R$ 14 milhões em projetos sociais de apoio a melhorias de condições de trabalho nas cadeias produtivas da empresa.

"Procuramos as autoridades brasileiras para resolver a situação de 2011, assinamos o TAC e, agora, seguimos por iniciativa da Zara com os projetos sociais no Brasil", disse Braga.

O presidente da Zara no Brasil reiterou que, depois das denúncias de 2011, nenhum outro fornecedor foi flagrado em condições de trabalho precárias e que durante as auditorias não houve nenhuma situação análoga a condições de escravidão.

Dos dois fornecedores denunciados, um não faz mais parte da lista de cadeias produtivas da Zara, e o outro teve as condições de trabalho readequadas, de acordo com Braga.

O presidente também informou que amanhã a empresa comparecerá à Assembleia Legislativa de São Paulo para responder à segunda convocação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Trabalho Escravo, instaurada em 2011.

A empresa espanhola também participa de uma parceria público-privada com a Secretaria de Justiça de São Paulo, financiando em mais de R$ 6 milhões um "Centro de Integração à Cidadania do Imigrante", pois muitos dos trabalhadores flagrados em condições escravas em 2011 eram bolivianos.