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Argentina voltará a encontrar fundos abutres no próximo dia 22

16/07/2014 18h51

Nova York, 16 jul (EFE).- O tribunal de Nova York anunciou nesta quarta-feira uma nova audiência entre o governo da Argentina e os credores que não aceitaram a reestruturação de dívida, conhecidos como fundos abutres, que acontecerá no dia 22 de julho perante o magistrado Thomas Griesa.

Esta audiência foi marcada após quase um mês de negociações mediadas pelo especialista Daniel Pollack, designado por Griesa para chegar a um acordo entre as duas partes.

O encontro também acontecerá oito dias antes que expire o período de carência que a Argentina dispõe para saldar a dívida de US$ 1,5 bilhão que tem com os credores que se negaram a aceitar as reestruturações de 2005 e 2010.

Os advogados dos fundos especulativos, entre eles o NML Capitol LTD, o principal litigante, e os defensores do governo argentino voltarão a se encontrar perante Griesa no que representa um passo definitivo para a resolução deste pagamento, sujeito ao chamado "pari passu", ou pagamento simultâneo, e que tem bloqueado o dinheiro da Argentina para poder pagar outros credores.

Além disso, Griesa convocou os representantes dos credores europeus (Euroclear Bank e Clearstream Banking) e o Bank of New York Mellon (no qual o governo da Argentina fez um ingresso de US$ 539 milhões para pagar outros credores e ao qual a Griesa recomendou não efetuar o pagamento) para tratar suas respectivas moções de esclarecimento.

O tribunal nova-iorquino abriu também um prazo para novas moções até 21 de julho.

Durante o período de negociação, que fez o ministro da Economia da Argentina, Álex Kicillof, deslocar-se até o escritório de Pollack no dia 7 de julho, se esteve buscando uma maneira que os fundos abutres fossem pagos sem vulnerar a cláusula RUFO, que outorga o direito àqueles que aceitaram a reestruturação de reivindicar a totalidade de sua dívida, o que dispararia a dívida a cerca de impagáveis US$ 120 bilhões.

A cláusula RUFO (direitos sobre futuras ofertas, na sigla em inglês) caduca no final do ano 2014, e, entre as opções de pagamento que se ventilam, estaria um sistema de pacotes de títulos públicos como o que está sendo utilizado para abonar a Repsol YPF os US$ 5 bilhões de indenização por sua desapropriação da YPF.