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Bancos argentinos propõem garantia milionária para evitar moratória

30/07/2014 12h51

Buenos Aires, 30 jul (EFE).- Os Bancos argentinos ofereceram ao governo de Cristina Kirchner uma garantia de pagamento milionária aos fundos especulativos que acionaram a justiça americana para conseguir um acordo que evite que o país entre em moratória, confirmou nesta quarta-feira uma fonte do setor.

"Está se trabalhando na linha de contribuição dos bancos, para compor um fundo que de alguma maneira ajude na reinstalação do stay (medida cautelar)", disse à "Rádio del Plata" o gerente financeiro do Banco Piano, Francisco Ribeiro Mendonça.

Se o juiz nova-iorquino Thomas Griesa emitir uma medida cautelar, destravaria-se o pagamento do último vencimento de capital e juros aos credores que aceitaram reestruturar dívida, com cortes de até 65%, nas trocas de 2005 e 2010 (92,4% do total de credores).

O governo argentino levantou os fundos no final de junho, mas as instituições bancárias mantêm suspenso o desembolso por ordem judicial sob a cláusula "pari passu", que obriga a um pagamento simultâneo a todos os credores, com dívida reestruturada ou não, ou a prioridade de pagamento aos credores querelantes, que representam 1% do total.

Segundo Ribeiro Mendonça, o governo argentino deseja que Griesa apresente uma medida cautelar até janeiro, quando terá vencido a cláusula RUFO, que estabelece que os que aceitaram reestruturar a dívida podem exigir compensações se for pago mais a quem rejeitou.

Segundo o gerente financeiro do Banco Piano, a decisão foi adotada pela Associação de Bancos da Argentina (Adeba), integrada por 27 instituições bancárias de capital argentino, entre eles Galícia, Hipotecário, Cidade de Buenos Aires, Macro, Supervielle, Córdoba, Santa Fé, San Juan e Entre Ríos.

Ribeiro Mendonça não anunciou a quantia da garantia bancária, mas a imprensa local diz que chega a US$ 250 milhões.

O governo argentino negocia contra o tempo em Nova York para fechar um acordo com os fundos querelantes, possuidores de dívida em moratória desde a moratória de 2001, faltando apenas algumas horas para que vença o prazo de 30 dias com os credores de dívida reestruturada, e assim evitar cair em outro "default".