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Baixo crescimento reduziu o peso do Brasil nos resultados do Santander

31/07/2014 14h15

Rio de Janeiro, 31 jul (EFE).- O baixo crescimento do lucro do Santander Brasil reduziu a participação da maior economia latino-americana nos resultados globais do grupo Santander no segundo trimestre, admitiu nesta quinta-feira o presidente da subsidiária brasileira, Jesús Zabalza.

O Santander está há uma semana no centro de uma polêmica política por causa de um relatório que mostra a possibilidade de um cenário econômico ruim em caso de sucesso eleitoral da presidente Dilma Rousseff.

"A queda da participação do Brasil no lucro do grupo aconteceu porque estamos crescendo muito pouco, ao contrário de outros países, como o Reino Unido e a própria Espanha", afirmou o executivo em uma teleconferência.

Segundo o balanço divulgado hoje pelo Santander, a participação do Brasil nos lucros do grupo em nível mundial caiu para 19%, enquanto que a do Reino Unido cresceu para cerca de 20%.

No meio da última crise econômica internacional, que afetou principalmente a Europa, o Brasil chegou a ser responsável por cerca de 25% dos resultados do grupo Santander no mundo.

"O lucro do Santander no mundo cresceu tanto na comparação com o segundo trimestre do ano passado como em relação ao primeiro trimestre deste ano graças a que, obviamente, há países na Europa em recuperação. Os ciclos são diferentes", disse Zabalza.

"Claramente é uma demonstração de que a diversificação geográfica do Santander funciona. Em exercícios anteriores, quando a Europa estava em crise, a América Latina respondia por 51% do lucro e o Brasil por 25%. Hoje, com outros países crescendo mais, essa participação se reduziu", acrescentou.

O executivo afirmou que a participação do Brasil nos resultados do Santander pode voltar a aumentar em um futuro devido ao potencial de sua economia.

"Acho que essa participação crescerá porque acreditamos muito na América Latina e no crescimento do Brasil a médio e longo prazo", disse.

Zabalza admitiu que o Santander Brasil não está satisfeito com o atual crescimento de seus negócios no país. "Esperamos um 2015 melhor que 2014", afirmou o executivo.

A subsidiária brasileira obteve no segundo trimestre, em real, um lucro líquido de R$ 1,437 bilhão, apenas 1,9% superior ao do mesmo período do ano passado e 0,6% maior ao dos três primeiros meses deste ano.

A baixa expansão foi atribuída ao reduzido crescimento da carteira de crédito da entidade, que em junho somava R$ 279,7 bilhões, valor 5% superior ao do mesmo mês do ano passado.

A própria desaceleração da economia brasileira e o encarecimento do custo do dinheiro no Brasil vêm provocando uma redução do ritmo de crescimento do crédito no país.

"Mas esperamos uma reação. A taxa de inadimplência estabilizou-se em cerca de 4% (das dívidas vencidas há mais de 90 dias) e esperamos que o crédito volte a crescer", disse.