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FMI reitera "confiança" em Lagarde após acusação na França

29/08/2014 18h58

Washington, 29 ago (EFE).- O Diretório Executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI) reiterou nesta sexta-feira sua "confiança na capacidade" de sua diretora-gerente, Christine Lagarde, após ser informado que ela está sob investigação em um tribunal da França por negligência.

"Como afirmamos anteriormente, seria improcedente pronunciar-se sobre uma causa atualmente aberta no sistema judiciário francês", indicou o principal órgão decisório da instituição financeira internacional em um breve comunicado.

"No entanto, o Diretório Executivo foi informado sobre eventos recentes relacionados com este assunto e continua expressando sua confiança na capacidade da diretora-gerente para desempenhar devidamente suas funções", acrescentou a nota.

Lagarde foi acusada por negligência nesta semana na investigação aberta na França com relação ao chamado Caso Tapie, que afeta à etapa na qual foi ministra da Economia do conservador governo de Nicolás Sarzoky, entre 2007 e 2011.

A diretora-gerente retornou na quarta-feira a Washington após depor em Paris na terça-feira perante a Corte de Justiça da República, instância responsável por julgar os ministros por delitos cometidos durante sua gestão no governo e que já interrogou a ex-ministra em quatro ocasiões.

Lagarde assegurou sua intenção de apelar a decisão do tribunal, que considerou "infundada".

Anteriormente, no último dia 28 de maio, o FMI emitiu uma primeira nota de respaldo a Lagarde após o anúncio de uma decisão prévia do Tribunal de Justiça da República de não imputá-la neste mesmo caso e de declará-la unicamente como "testemunha assistida".

A investigação procura determinar se houve corrupção na atribuição de uma indenização de 403 milhões de euros ao empresário Bernard Tapie, em 2007, pela venda da empresa de equipamento esportivo Adidas nos anos 1990.

Confiscada de Tapie, essa empresa foi vendida pelo banco Crédit Lyonnais por um preço muito inferior ao de mercado, segundo o empresário, que reivindicava ao Estado uma indenização.

Após anos de litígio, Lagarde, como ministra da Economia no governo de Sarkozy entre 2007 e 2011, antes de sua chegada ao FMI, decidiu que uma arbitragem privada fixasse a indenização.

O fato de não terem sido os tribunais os que calcularam o montante da indenização motivou a abertura de uma investigação judicial por suposta corrupção.