IPCA
0,83 Abr.2024
Topo

Ex-Santander, Eduardo Stock de Cunha é o novo presidente do Novo Banco

14/09/2014 15h33

Lisboa, 14 set (EFE).- Eduardo Stock de Cunha, de 51 anos e três décadas de experiência no setor bancário, foi escolhido para dirigir o Novo Banco, segundo informaram à Agência EFE neste domingo fontes bancárias.

Faltando ainda a confirmação do Banco de Portugal - esperada para ocorrer ainda hoje -, Cunha será o substituto de Vítor Bento, que anunciou ontem a renúncia junto com dois de seus colaboradores mais próximos, José Honório e João Moreira Rato.

O novo presidente do Novo Banco - criado com ativos do Banco Espírito Santo (BES) - já ocupou postos de grande responsabilidade em outras instituições financeiras, como no Santander, onde passou a maior parte de sua carreira, e no Lloyd's.

O Banco Central de Portugal deve confirmar também os nomes que acompanharão o novo presidente. A nova administração terá a missão de dirigir a entidade até sua venda, que deve ocorrer no prazo mais breve possível.

A decisão de colocar o Novo Banco no mercado o quanto antes foi o principal motivo que levou o presidente anterior a renunciar, já que ele defendia um projeto de médio prazo para renovar e valorizar a entidade antes de encontrar um comprador.

Vítor Bento assumiu o cargo em 14 de julho, três semanas depois de o Banco de Portugal decidir intervir no BES - devido às milionárias perdas que acumula - e dividi-lo em dois: uma parte administraria os ativos saudáveis, chamada "Novo Banco", e outra, que conservou o nome original, controlaria os ativos negativos.

Para lançar essa nova entidade, o Banco de Portugal recorreu ao chamado Fundo de Resolução, um instrumento criado a pedido da União Europeia para resolver crises bancárias, que também tem participação nos setores financeiros de cada país.

No entanto, o fundo ainda não contava com os recursos suficientes. Dos 4,9 bilhões de euros (R$ 14,7 bilhões) usados na recapitalização, 3,9 bilhões (R$ 11,7 bilhões) tiveram que ser repassados pelo governo português, através de um empréstimo que terá que ser pago em menos de dois anos, independentemente da receita gerada pela venda do Novo Banco.

A mudança de administradores, que ocorreu antes de Bento e sua equipe completarem dois meses na cúpula do BES, reflete uma clara mudança de perfil na gestão da instituição. A longa carreira de Cunha no setor bancário contrasta com a falta de experiência do ex-presidente, que, no entanto, é considerado como um prestigiado economista em Portugal.

Eduardo de Stock Cunha, também economista, entrou no Santander em 1993 e acompanhou sua expansão em Portugal. Deixou o grupo espanhol em 2013 e, desde então, estava no britânico Lloyd's, dirigido por outro português, António Horta Osório.