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Dúvidas ambientais freiam explorações de gás de xisto no Brasil

15/09/2014 18h06

Rio de Janeiro, 15 set (EFE).- Questões ambientais relacionadas com os supostos perigos que representa o método de fratura hidráulica estão freando o início das explorações de gás de xisto (não convecional) no Brasil, alertou nesta segunda-feira um especialista do setor.

O Brasil realizou sua primeira licitação de blocos exploratórios de gás não convencional em novembro de 2013 e até agora nenhuma empresa iniciou as explorações, segundo o chefe de Gabinete da Agência Nacional de Petróleo (ANP, regulador), Silvio Jablonski.

"Das empresas que venceram a licitação no leilão de reservas não convencionais, até agora nenhuma fez nada nesta linha. Duas ou três estão pensando em começar as perfurações se forem resolvidos os problemas com a opinião pública, na justiça, com as licenças ambientais", disse o responsável da ANP durante um seminário na conferência Rio Oil and Gás, que começou hoje no Rio de Janeiro.

Jablonski definiu a situação da exploração de gás não convencional no Brasil como "muito preliminar" pela falta de estudos sobre o volume real das reservas do país e pelos problemas que freiam as perfurações.

Desde que foi realizado o leilão em novembro, no qual foi concedida a exploração de 72 blocos de gás convencional e não convencional, vários tribunais bloquearam as perfurações pelos supostos perigos ambientais da perfuração hidráulica.

O dirigente da ANP considerou que "não existem problemas técnicos ou normativos" que impeçam as perfurações e considerou que a natureza do problema é "política".

Segundo Jablonski, no Brasil foi utilizado desde a década de 1950 a fratura hidráulica (uma das técnicas para rachar o solo e a rocha na busca de combustíveis) em reservas de gás convencional.

Uma das dificuldades para o início da exploração é que até agora as licenças ambientais das jazidas terrestres de hidrocarbonetos são concedidas pelos organismos regionais dos 27 estados.

O governo prepara um decreto para mudar esta situação no caso do gás não convencional, para que sua aprovação seja uma atribuição do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA), segundo Jalonski.