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Presidente argentina diz que intenção é deixar Argentina "de joelhos"

22/09/2014 20h32

Nações Unidas, 22 set (EFE).- A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, denunciou nesta segunda-feira que a decisão ( judicial ) de um juiz americano sobre o pagamento da dívida é "inaplicável" e que o grande desejo é colocar seu país "de joelhos", em alusão ao litígio que mantém com os fundos especulativos.

A governante argentina fez estas declarações durante uma reunião com representantes do sindicalismo internacional na sede do consulado da Argentina em Nova York, e que foi aberta aos meios de comunicação.

Cristina desenvolve desde hoje uma intensa agenda nesta cidade, com o objetivo central de denunciar a agressão a seu país dos denominados "fundos abutre" e a inconformidade com a sentença ditada por um juiz americano dando razão aos fundos de investimento denunciantes que rejeitaram a reestruturação da dívida de 2005 e 2010.

"Não é casual. Reflete o que está acontecendo no mundo. Já não é não chores por mim Argentina, mas não chores pelo meu mundo", disse.

Cristina também informou nessa reunião que a Argentina fará em 30 de setembro um segundo depósito do pagamento de sua dívida aos credores de títulos públicos, algo que estava paralisado por causa da recente sentença judicial nos Estados Unidos.

No encontro, participaram o presidente e a secretária-geral da Confederação Sindical Internacional (CSI), o brasileiro João Felício e a australiana Sharan Burrow, respectivamente, o presidente da central operária americana (Aflcio), Richard Trumka, um representante da CLC do Canadá, Hassan Hussef, e o secretário-geral da Confederação Sindical das Américas (CSA), o paraguaio Víctor Báez.

Em representação dos trabalhadores argentinos, participaram o titular da União Operária da Construção da República Argentina (Uocra) e secretário de relações internacionais da CGT, Gerardo Martínez, o titular da Associação do Pessoal Aeronáutico, Edgardo Llano, o secretário-geral adjunto da CGT, Andrés Rodríguez, e o titular da CTA, Hugo Yasky.

Cristina Kirchner, que iniciou o dia com uma reunião com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, também manteve um encontro com o empresário americano de origem húngara George Soros, que possui 3,5% das ações da companhia petrolífera YPF.

Na quarta-feira, Cristina falará perante a Assembleia Geral da ONU em discurso que prevê que defenda um marco regulador internacional que sirva para proteger os processos de reestruturação de dívida dos ataques dos fundos de investimento especulativos.

Cristina também participará da reunião do Conselho de Segurança da ONU, do qual a Argentina faz parte como membro não permanente, convocada pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, para reforçar a cooperação internacional contra a ameaça dos jihadistas radicais na Síria e Iraque.