Obama e Modi repensam relação entre EUA e Índia com "nova agenda"
Lucía Leal.
Washington, 30 set (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, acertaram nesta terça-feira uma "nova agenda" para transformar a relação bilateral em uma prioridade, após uma reunião finalizada sem grandes acordos, mas com várias metas marcadas nos âmbitos econômico, energético e de segurança.
Obama não poupou elogios nem disponibilidade da agenda durante a primeira visita de Modi a Washington, cuja chegada ao poder em maio passado foi vista nos Estados Unidos como uma oportunidade única de levar a uma nova fase uma relação-chave para resistir ao peso econômico e militar da China na região.
"Estou impressionado não apenas com o interesse do primeiro-ministro da Índia em enfrentar as necessidades dos mais pobres entre os pobres e revitalizar sua economia, mas em sua determinação para garantir que a Índia funcione como uma grande potência que possa trazer paz e segurança para todo o mundo", disse Obama após o encontro.
Essa imagem promissora do líder indiano, definida como o "Momento Modi" pela Casa Branca, permeou nos EUA a tal ponto que o secretário de Estado, John Kerry, afirmou hoje que o que o primeiro-ministro "fez pelo desenvolvimento da Índia está na linha do que (Mahatma) Gandhi fez pela independência" desse país.
Nesta primeira reunião no Salão Oval, Obama e Modi abordaram a relação comercial, que desde 2001 foi multiplicada por cinco, até chegar a quase US$ 100 bilhões anuais, e se comprometeram a "dar os passos necessários para voltar a quintuplicar" essa troca, segundo a Casa Branca.
Embora não tenham chegado a estabelecer data para fechar um tratado de investimento bilateral, acertaram estabelecer uma "iniciativa de investimento" liderada por seus respectivos ministérios de finanças e especialmente centrada no financiamento de infraestruturas, com duas missões dos EUA que viajarão à Índia em 2015.
Ambos mantiveram uma conversa "franca", nas palavras de Modi, sobre a recente decisão da Índia de bloquear na Organização Mundial do Comércio (OMC) a aprovação de um acordo para reformar os sistemas alfandegários a escala global, devido à preocupação pela falta de proteção de seu programa de subsídios agrícolas.
"Espero que possamos encontrar em breve uma solução que lide com nossa preocupação sobre a segurança alimentícia", afirmou Modi.
Segundo a Casa Branca, ambos os líderes encarregaram seus governos de "consultar urgentemente" outros membros da OMC "sobre os próximos passos" que podem ser dados para "superar a estagnação atual" sobre esse acordo alfandegário. Também se comprometeram a criar um grupo de trabalho sobre propriedade intelectual que se reúna anualmente e que possa ajudar a resolver a preocupação indiana no tema dos medicamentos.
Os dois países decidiram "implementar totalmente o acordo bilateral de cooperação civil em matéria nuclear" e acordaram "uma nova aliança sobre segurança energética e energias limpas". Em particular, defendem o avanço na redução dos gases fluorados, ou hidrofluorcarbonos (HFC), utilizados em frigoríficos e sistemas de ar condicionado, por seu grave efeito estufa.
Além disso, o Banco de Exportação-Importação dos EUA acertou pôr até US$ 1 bilhão à disposição de Índia para ajudar na "transição rumo a uma economia com baixas emissões de carbono e resistente à mudança climática".
Os EUA tentam pressionar à Índia para que assuma sua parte no que Obama concebe como uma 'necessidade de redução coordenada a escala global das emissões de carbono', uma ideia perante a qual o governo de Modi expressou ceticismo por considerar que essa contaminação é inevitável se a intenção for de fato impulsionar a economia indiana.
Obama e Modi decidiram traçar ainda uma agenda de defesa "mais ambiciosa", aumentar a cooperação em segurança marítima e cooperar contra o terrorismo, no auge do grupo jihadista Estado Islâmico (EI); além de mostrar preocupação com "as crescentes tensões por disputas territoriais" no Mar da China Meridional.
A Nasa e a organização de pesquisa espacial indiana (ISRO) assinaram um acordo para avançar em missões conjuntas da exploração de Marte e os dois governos decidiram acelerar o desenvolvimento de vacinas acessíveis contra a dengue e a malária.
Por último, Obama expressou seu apoio à vontade da Índia de ingressar no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) como membro permanente, e que amplie sua "voz e voto" em instituições financeiras como o Fundo Monetário Internacional (FMI).
"A Índia está preparada para avançar passo a passo e em coordenação com os Estados Unidos", afirmou Modi em um almoço no Departamento de Estado, uma das duas ocasiões de sua visita nas quais manteve reuniões com a mesa posta, apesar de estar em jejum pelo feriado indiano de Navratri.
Washington, 30 set (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, acertaram nesta terça-feira uma "nova agenda" para transformar a relação bilateral em uma prioridade, após uma reunião finalizada sem grandes acordos, mas com várias metas marcadas nos âmbitos econômico, energético e de segurança.
Obama não poupou elogios nem disponibilidade da agenda durante a primeira visita de Modi a Washington, cuja chegada ao poder em maio passado foi vista nos Estados Unidos como uma oportunidade única de levar a uma nova fase uma relação-chave para resistir ao peso econômico e militar da China na região.
"Estou impressionado não apenas com o interesse do primeiro-ministro da Índia em enfrentar as necessidades dos mais pobres entre os pobres e revitalizar sua economia, mas em sua determinação para garantir que a Índia funcione como uma grande potência que possa trazer paz e segurança para todo o mundo", disse Obama após o encontro.
Essa imagem promissora do líder indiano, definida como o "Momento Modi" pela Casa Branca, permeou nos EUA a tal ponto que o secretário de Estado, John Kerry, afirmou hoje que o que o primeiro-ministro "fez pelo desenvolvimento da Índia está na linha do que (Mahatma) Gandhi fez pela independência" desse país.
Nesta primeira reunião no Salão Oval, Obama e Modi abordaram a relação comercial, que desde 2001 foi multiplicada por cinco, até chegar a quase US$ 100 bilhões anuais, e se comprometeram a "dar os passos necessários para voltar a quintuplicar" essa troca, segundo a Casa Branca.
Embora não tenham chegado a estabelecer data para fechar um tratado de investimento bilateral, acertaram estabelecer uma "iniciativa de investimento" liderada por seus respectivos ministérios de finanças e especialmente centrada no financiamento de infraestruturas, com duas missões dos EUA que viajarão à Índia em 2015.
Ambos mantiveram uma conversa "franca", nas palavras de Modi, sobre a recente decisão da Índia de bloquear na Organização Mundial do Comércio (OMC) a aprovação de um acordo para reformar os sistemas alfandegários a escala global, devido à preocupação pela falta de proteção de seu programa de subsídios agrícolas.
"Espero que possamos encontrar em breve uma solução que lide com nossa preocupação sobre a segurança alimentícia", afirmou Modi.
Segundo a Casa Branca, ambos os líderes encarregaram seus governos de "consultar urgentemente" outros membros da OMC "sobre os próximos passos" que podem ser dados para "superar a estagnação atual" sobre esse acordo alfandegário. Também se comprometeram a criar um grupo de trabalho sobre propriedade intelectual que se reúna anualmente e que possa ajudar a resolver a preocupação indiana no tema dos medicamentos.
Os dois países decidiram "implementar totalmente o acordo bilateral de cooperação civil em matéria nuclear" e acordaram "uma nova aliança sobre segurança energética e energias limpas". Em particular, defendem o avanço na redução dos gases fluorados, ou hidrofluorcarbonos (HFC), utilizados em frigoríficos e sistemas de ar condicionado, por seu grave efeito estufa.
Além disso, o Banco de Exportação-Importação dos EUA acertou pôr até US$ 1 bilhão à disposição de Índia para ajudar na "transição rumo a uma economia com baixas emissões de carbono e resistente à mudança climática".
Os EUA tentam pressionar à Índia para que assuma sua parte no que Obama concebe como uma 'necessidade de redução coordenada a escala global das emissões de carbono', uma ideia perante a qual o governo de Modi expressou ceticismo por considerar que essa contaminação é inevitável se a intenção for de fato impulsionar a economia indiana.
Obama e Modi decidiram traçar ainda uma agenda de defesa "mais ambiciosa", aumentar a cooperação em segurança marítima e cooperar contra o terrorismo, no auge do grupo jihadista Estado Islâmico (EI); além de mostrar preocupação com "as crescentes tensões por disputas territoriais" no Mar da China Meridional.
A Nasa e a organização de pesquisa espacial indiana (ISRO) assinaram um acordo para avançar em missões conjuntas da exploração de Marte e os dois governos decidiram acelerar o desenvolvimento de vacinas acessíveis contra a dengue e a malária.
Por último, Obama expressou seu apoio à vontade da Índia de ingressar no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) como membro permanente, e que amplie sua "voz e voto" em instituições financeiras como o Fundo Monetário Internacional (FMI).
"A Índia está preparada para avançar passo a passo e em coordenação com os Estados Unidos", afirmou Modi em um almoço no Departamento de Estado, uma das duas ocasiões de sua visita nas quais manteve reuniões com a mesa posta, apesar de estar em jejum pelo feriado indiano de Navratri.
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