EUA investigam JP Morgan por suspeita de manipulação do mercado de divisas

Washington, 3 nov (EFE).- O Departamento de Justiça dos Estados Unidos está investigando o maior banco do país em ativos, o JP Morgan Chase, por suspeitas de manipulação do mercado de divisas internacional, anunciou nesta segunda-feira a entidade à Comissão da Bolsa de Valores (SEC, sigla em inglês).

O JP Morgan estima que os custos legais derivados deste caso podem chegar a US$ 5,9 bilhões, 1,3 bilhão a mais do que calculou há três meses.

A entidade bancária, que disse estar colaborando com as investigações, também informou que não pode garantir que chegará a um acordo com as autoridades, o que indica que esse caso poderia levar a uma batalha longa e custosa nos tribunais.

A Comissão Europeia (CE) anunciou no dia 21 de outubro a imposição de uma multa de 61,67 milhões de euros ao banco americano por sua participação em uma operação ilícita que buscava influenciar nas taxas de juros Libor sobre o franco-suíço entre 2008 e 2009.

O Libor é uma taxa de referência diária, calculada com base nas taxas de juros oferecidas para grandes empréstimos entre os bancos internacionais que operam no mercado londrino. É muito utilizada como taxa referencial nas transações internacionais.

É semelhante ao índice Euribor, que é uma das principais taxas de referência do mercado monetário da zona euro e indica a taxa de juros média dos empréstimos interbancários sem garantia nos países do euro.

Esses dois índices influem nos custos pagos pelos cidadãos e pelas empresas na hora de fazer um empréstimo, adquirir crédito ou uma hipoteca.

A CE explicou que, entre março de 2008 e julho de 2009, o JP Morgan "tentou manipular o curso normal do preço dos produtos derivados para as taxas de juros em francos suíços".

Esses produtos financeiros, como os contratos futuros de taxas de juros, os derivados de cobertura de risco creditício (conhecidos como "swap"), entre outros, são usados para gerenciar os riscos de flutuação.