Ferrovia bioceânica entre Brasil e Peru seria melhor com Bolívia, diz Morales

La Paz, 19 dez (EFE).- O presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou nesta sexta-feira que se uma ferrovia interoceânica atravessar seu país beneficiaria seis nações e custaria US$ 7,5 bilhões, enquanto a opção de ligação direta planejada por Brasil e Peru poderia custar até US$ 35 bilhões.

O líder boliviano expôs os números em reunião com seus embaixadores no mundo, entre eles o historiador Gustavo Rodríguez, representante da Bolívia no Peru.

Segundo Morales, o projeto da ferrovia bioceânica que parte da costa brasileira no Atlântico até a costa do Peru no Pacífico, através da Bolívia, pode ter um trecho de 3.500 quilômetros com um custo de US$ 7,5 bilhões, incluindo temas ambientais.

"Passar pela Bolívia é mais barato, mais curto e, além disso, integraria seis países", disse Morales.

Ele acrescentou que com este projeto a integração beneficiaria Brasil, Bolívia e Peru, mas também Paraguai, Uruguai e Argentina porque poderia ter uma conexão com a hidrovia Paraguai-Paraná.

Por outro lado, um traço de costa a costa direto entre Peru e Brasil pode ter uma extensão de 4.700 quilômetros, com um custo que poderia chegar a US$ 35 bilhões, afirmou o líder boliviano.

Os dois projetos buscam a cooperação econômica da China para se concretizarem, em uma iniciativa de integração para melhorar a relação comercial com a potência asiática.

"Temos que nos entender com os irmãos do Peru", disse Morales, após pedir ao seu embaixador Rodríguez fazer sacrifícios para convencer os "irmãos peruanos" com a opção boliviana já que, segundo sua opinião, China e Brasil compreenderam este projeto.

Morales conversou sobre o tema com o presidente peruano, Ollanta Humala, em Lima no último dia 9 e hoje disse que o debate internacional sobre as opções está aberto.