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ONGs exigem libertação de camponeses após protestos contra canal da Nicarágua

25/12/2014 19h07

Manágua, 25 dez (EFE).- O coletivo Organizações Civis e Políticas do Estado da Nicarágua exigiu nesta quinta-feira a libertação de 30 camponeses detidos durante os desalojamentos violentos, realizados pela polícia, para desmontar protestos contra o projeto do canal interoceânico impulsionado pelo governo, que deixaram 21 feridos.

"Exigimos a libertação dos que estão presos!", exclamou o coletivo de ONGs em um pronunciamento dirigido ao governo da Nicarágua e distribuído por e-mail.

Outras exigências do coletivo são a derrogação da Lei 840 (criadora do projeto do canal), a saída "imediata" da concessionária que abrirá a fundação, o HKND Group, e a expulsão dos "invasores chineses", proprietários ou empregados da empresa asiática.

A polícia confirmou que 30 camponeses foram capturados entre a noite de terça-feira e a madrugada da quarta-feira, após vários dias realizando dois bloqueios, um na província de Rivas, 111 quilômetros ao sul de Manágua, e outro na comunidade do Tule, 260 quilômetros ao sudeste da capital.

Um total de 16 policiais e cinco camponeses saiu dos protestos com ferimentos de diversa gravidade, sobre os quais não se forneceu informação por parte das autoridades desde sua internação em um hospital.

Os manifestantes se opõem ao canal porque a Lei 840 contempla a desapropriação de suas terras independentemente da oferta de compra feita pelo HKND.

A construção do canal, cujo custo foi calculado em US$ 50 bilhões, foi inaugurada nesta segunda-feira, apesar dos protestos de múltiplos setores devido ao fato de o projeto carecer de estudos de impacto ambiental e social, tal como reconheceram seus executores.

O projeto consiste em uma via aquática de 278 quilômetros de extensão, entre 230 e 520 metros de largura, por 30 de profundidade.

O canal também necessitará de terrenos para os subprojetos, entre eles um complexo turístico, uma área de livre-comércio, dois portos, um aeroporto, estradas, um lago artificial e dois compartimentos de embarque.

O HKND pretende terminar as obras em 2019.