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Sindicato dos pilotos de TAP decide manter greve a partir de amanhã

30/04/2015 17h18

Lisboa, 30 abr (EFE).- O Sindicato Português da Aviação Civil (SPAC) anunciou nesta quinta-feira que decidiu manter a greve de pilotos da companhia aérea TAP, programada para começar amanhã, 1º de maio, até dia 10, e criticou a "intransigência" do governo português na negociação.

"Não cederemos mais na privatização sem mais contrapartidas", disse um porta-voz do SPAV, que estimou que a adesão em torno de 90% entre os pilotos com filiação sindical (a maioria, 786 dos quase mil).

Apesar da reunião de última hora entre os representantes dos pilotos e a administração, a inédita greve de 10 dias é dada por certa. Os pilotos do grupo TAP criticaram a falta de transparência do processo de privatização da companhia área.

"Queremos que o futuro comprador saiba exatamente os custos trabalhistas da TAP", alertou o porta-voz, que deixou a responsabilidade pela desconvocação da greve nas mãos do executivo.

A paralisação forçará o cancelamento da maioria dos voos e manterá apenas, em média, 296 voos por dia, 10% das conexões que a empresa normalmente opera.

A SPAC decidiu organizar esta paralisação pelo que considera um descumprimento do acordo alcançado em dezembro com o governo, que inclui um capítulo de pagamentos extraordinários, assim como a possibilidade de obter até 20% na privatização.

A TAP, propriedade do Estado português, está em processo de privatização e atravessa um momento financeiro especialmente delicado, que poderia piorar ainda mais com essa greve.

Segundo cálculos da companhia, a greve trará um prejuízo de pelo menos 70 milhões de euros (R$ 233 milhões), além dos efeitos nocivos na reputação da empresa, cuja venda, segundo o governo, não foi suspensa.