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Trabalhadores protestam por salário mínimo de US$ 15 na sede do McDonald's

20/05/2015 19h45

Chicago (EUA.), 20 mai (EFE).- Milhares de empregados do McDonald's bloquearam nesta quarta-feira em Chicago os acessos às sedes sociais da corporação, no subúrbio de Oak Brook, no primeiro dos dois dias de protestos para reivindicar um reajuste do salário mínimo para US$ 15 a hora.

Segundo o Sindicato Internacional de Funcionários de Serviços (SEIU) 2.500 pessoas participaram da manifestação, embora Deivid Rojas, da campanha Fight for $15, afirmou em comunicado que foram cinco mil, número que seria o dobro do protesto do ano passado.

A manifestação foi liderada pela estátua de uma mulher dourada, com o punho direito ao alto e na outra mão um cartaz que dizia "Fight$15".

Outro cartaz pedia melhores salários e direitos sindicais em vez dos cupons de comida que muitos recebem do governo por estarem em dificuldades econômicas.

Os funcionários cantaram "O povo unido não será vencido", e "Trabalhamos, suamos e queremos $15 em nossos cheques", mas tanto a concentração prévia, como o protesto aconteceram pacificamente.

Agentes policiais da Oak Brook, subúrbio a 30 quilômetros de Chicago, acompanharam a mobilização de perto, de bicicleta.

Ano passado, durante um protesto semelhante, 138 pessoas foram detidas por invasão de propriedade privada, entre eles 101 trabalhadores.

"Não queremos cupons de comida, queremos US$ 15 e direitos sindicais", disse Adriana Álvarez, que trabalha em um restaurante de Chicago e precisa dos subsídios estatais para manter seu filho de três anos.

Kuanza Brook, que veio de Charlotte, na Carolina do Norte, disse que está cansada de ganhar US$ 7,25 a hora e de depender de cupons de comida para alimentar sua família.

Heidi Barker, porta-voz do McDonald's, reiterou hoje que a corporação não pode influenciar no salário pago por seus franqueados, mas disse que é possível que eles sigam o exemplo do novo diretor-executivo, Steve Easterbrook.

Easterbrook anunciou mês passado um aumento de US$ 1 por hora a partir de 1 de julho no salário mínimo pago pelos restaurantes operados pela empresa, e informou que até o fim de 2016 o salário por hora média seria de US$ 10.

No entanto, esse aumento beneficiaria somente 90 mil empregados dos 1.500 restaurantes que o McDonald's tem nos Estados Unidos.

Não estão incluídos os 660 mil funcionários de lojas franquado que operam 12.500 unidades em todo o país.

O aumento de US$ 1 foi rejeitado pelos empregados e por alguns operadores de restaurantes, que o consideram um custo adicional em um momento em que as vendas caem.

Os protestos são apoiados pelo SEIU, que realizou uma campanha de três anos para melhorar as condições salariais dos empregados de restaurantes de fast-food.

Sua presidente, Mary Key Henry, afirmou nesta quinta-feira que o McDonald's compartilha a responsabilidade salarial com seus franqueados, e "deveria voltar parte de seus lucros para os bolsos dos trabalhadores".

"O McDonald's deve respeitar seus empregados, tanto quanto seus acionistas, que nos últimos 10 anos receberam US$ 30 bilhões", afirmou.

A campanha pelo aumento do salário mínimo alcançou vitórias em várias cidades, como Chicago, que a partir d 1º de julho aumentará o salário mínimo para US$ 10 a hora, até chegar a US$ 13 em 2019. Esta semana, Los Angeles votou um aumento do mínimo de US$ 9 para US$ 15 por hora em 2020.

Segundo a Conferência Nacional de Legislaturas Estaduais, 29 estados e Washington DC pagam atualmente salários mínimos que superam o mínimo federal de US$ 7,25 por hora.

Embora o McDonald's seja o principal alvo da campanha, Fight for $15 se tornou um movimento que inclui outros trabalhadores, desde funcionários de aeroportos a professores universitários de meio período.

O protesto se repetirá amanhã cedo, e os organizadores afirmaram que entregarão mais de um milhão de assinaturas de pessoas que apoiam o pedido de aumento salarial.