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Grécia esclarece proposta de acordo e quer levar discussão ao plano político

Philippe Huguen/AFP
Imagem: Philippe Huguen/AFP

09/06/2015 08h56

Atenas, 9 jun (EFE).- O governo da Grécia confirmou nesta terça-feira (9) que entregou aos credores internacionais dois textos complementares a sua proposta de acordo para o resgate financeiro ao país, que agora pretende discutir no plano político.

O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, afirmou em entrevista ao jornal italiano "Corriere della Sierra" que abordará essa nova proposta em reunião com a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e com o presidente da França, François Hollande, amanhã, em Bruxelas.

"Depois de todos os partidos da oposição terem expressado sua oposição à proposta dos credores (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional), o governo entregou ontem duas propostas de texto complementares ao plano de 47 páginas enviado na semana passada", explicaram fontes do governo liderado por Tsipras.

Os documentos entregues ontem ao comissário europeu de Assuntos Econômicos e Monetários, Pierre Moscovici, são alternativas com o objetivo de encerrar o déficit de financiamento e apresentar um plano para a sustentabilidade da dívida.

As fontes acrescentaram que o governo grego continuará as negociações com as instituições "no plano político" e "aguarda com interesse" a opinião dos credores sobre a nova proposta.

A Grécia apresentou na última semana um documento de 47 páginas que, na opinião do governo, resumia todos os pontos sobre os quais já havia acordo nas negociações feitas pelo Grupo de Bruxelas.

Na entrevista ao "Corriere della Sierra", Tsipras destacou que na reunião de amanhã é preciso "decidir um calendário preciso para um acordo" que dê uma "solução definitiva para a dívida", em vez de "reciclar o mesmo problema a cada seis meses".

Além disso, o primeiro-ministro alertou que uma possível saída da Grécia da zona do euro poderia significar o início do fim da moeda única europeia, acrescentando que, se as negociações fracassarem, os custos para os contribuintes de todos os países será enorme.

Em discurso no parlamento grego na semana passada, Tsipras afirmou que só assinará um acordo que contemple uma solução definitiva para a dívida do país.

De acordo com o jornal americano "The Wall Street Journal", os credores propuseram uma prorrogação do atual programa de resgate até março de 2016, data na qual também vence a parte correspondente ao FMI. No entanto, eles teriam colocado como condições cortes nas pensões, altas de impostos e outras medidas que o governo de Tsipras considerou como "inaceitáveis".

A Grécia não aceitou a proposta porque, segundo afirmou ontem o porta-voz do governo, Gavriil Sakellaridis, uma prorrogação não oferece uma solução sustentável para crise, algo que o primeiro-ministro quer a todo custo.

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