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Tsipras garante que respeitará vontade popular e que buscou "acordo justo"

29/06/2015 18h50

Atenas, 29 jun (EFE).- O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, afirmou nesta segunda-feira que respeitará a vontade do povo no referendo de domingo, pois não pretende continuar como primeiro-ministro a todo custo, ao mesmo tempo em que assegurou que trabalhou para conseguir um "acordo justo" nas negociações com os credores.

"Não serei primeiro-ministro por todos os tempos", disse Tsipras em uma entrevista à televisão pública "ERT", deixando entrever que poderia renunciar se a população não respaldar a linha de seu governo no referendo.

O governo sugeriu o 'não' na consulta do próximo domingo na qual os cidadãos deverão responder se respaldam ou não as medidas propostas pelos credores em troca do resgate.

Tsipras declarou que lutou para conseguir um "acordo justo" com as instituições e se mostrou convencido de que as negociações continuarão na segunda-feira, mesmo que a consulta seja vencida pelo "não".

"Vamos sobreviver e vamos escolher nosso futuro", destacou Tsipras, acrescentou que "depois de amanhã o sol sairá pelo leste" e as pessoas continuarão "tendo oxigênio", pois "os gregos sobreviverão sem programa (de resgate)".

O chefe do governo grego deixou entrever que a Grécia não pagará amanhã ao Fundo Monetário Internacional (FMI) a parcela de 1,6 bilhão de euros do empréstimo que vence nesta data.

"Pagaremos se até então alcançarmos um acordo sustentável", disse Tsipras.

O primeiro-ministro grego destacou ainda que o FMI "quer que lhe paguem sem pagar", com o argumento que a dívida grega "não é sustentável", e acrescentou que os sócios europeus aceitam as posições do FMI, mas não estão de acordo em abordar a sustentabilidade da dívida, como quer o Fundo.

Em relação à suspensão do controle de capitais implantado hoje, o primeiro-ministro assinalou que "os bancos abrirão horas depois do resultado do referendo" e assegurou que os aposentados, que hoje não puderam retirar suas pensões apesar de estarem isentos das restrições, "não devem inquietar-se porque suas pensões só serão duramente recortadas se dermos marcha à ré".

Com isso, Tsipras se referiu à proposta das instituições credoras - FMI, Comissão Europeia e Banco Central Europeu (BCE) - que defende o corte destas pensões.