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Falta de acordo fará Grécia perder 1,8 bilhão de euros do fundo europeu

30/06/2015 20h04

Bruxelas, 30 jun (EFE).- O Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF) indicou que, assim que o programa de assistência à Grécia expirar no fim desta terça-feira, a última parcela de 1,8 bilhão de euros do empréstimo feito pela entidade ao país também não estará mais disponível.

"Infelizmente para a Grécia, o programa do fundo expirará hoje sem nenhum acordo e, com isso, os resultados positivos obtidos estarão em risco", disse diretor-gerente da instituição, Klaus Regling.

O fundo indicou que também será cancelada a disponibilidade dos 10,9 bilhões de euros em bônus que estavam até então nas reservas do Fundo de Estabilidade Financeira do Estado Helênico (HFSF), utilizados para recapitalizar os bancos gregos.

"Com as políticas econômicas adotadas com esse programa, o país estava desde meados de 2014 em um bom caminho rumo ao crescimento econômico firme. Os muitos sacrifícios que o povo grego estava fazendo começavam a dar seus frutos", ressaltou Regling.

Entre esses progressos, o responsável pelo fundo europeu mencionou a redução do déficit fiscal grego e a recuperação da competitividade.

"O país tinha reconquistado acesso aos mercados financeiros e seu desemprego começava a diminuir", indicou Regling, destacando que, "de acordo com a OCDE e o Banco Mundial, a Grécia foi uma campeã das reformas até 2014, com promissoras perspectivas de mercado".

"Essa tendência pode continuar se a população grega decidir retornar ao caminho das reformas dentro da zona do euro", completou.

O programa desse fundo temporário para o país começou no dia 21 de fevereiro de 2012 e deveria ter terminado em 31 de dezembro de 2014, mas foi prorrogado em duas ocasiões a pedido do governo grego.

Durante a duração do programa, o fundo desembolsou 141,8 bilhões de euros, dos quais 48,2 bilhões de euros se destinaram a resgatar e recapitalizar os bancos do país.

Dessa última quantia, não foram utilizados 10,9 bilhões de euros em bônus, devolvidos ao fundo. O empréstimo a Grécia totalizou então 130,9 bilhões de euros, tornando o país no maior devedor do fundo

O órgão assinalou que o programa de assistência financeira à Grécia "era único em muitos aspectos" e explica que, "devido à seriedade das necessidades de ajuste e da fraqueza estrutural do país, foi o maior concedido na história".

Além disso, o fundo ressalta que o programa "foi de longe o que continha condições de crédito mais favoráveis", incluindo também a participação do setor privado, cujos investidores sofreram importantes perdas.

"Essas condições favoráveis permitiram à Grécia uma economia orçamentária de 16 bilhões de euros para 2013 e 2014, o que corresponde a mais de 4% do Produto Interno Bruto.