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Total vai perfurar no Uruguai poço mais profundo do mundo

31/07/2015 18h30

Montevidéu, 31 jul (EFE).- A companhia petrolífera francesa Total começará em março de 2016 os trabalhos de perfuração de um poço na plataforma marítima continental do Uruguai que será o mais profundo do mundo, revelaram à Agência Efe fontes oficiais da petrolífera estatal do país sul-americano, a Ancap.

O projeto se insere no compromisso adquirido em 2012 pela Total com a Ancap, com base no qual a companhia francesa vai fazer perfurações nas águas profundas do país sul-americano em busca de petróleo.

"De acordo com o compromisso adquirido em 2012, a Total tem que realizar no próximo ano um poço de características muito particulares, porque é um poço recorde", disse o diretor da Ancap, Juan Gómez.

Segundo o executivo, as experiências mais recentes em outros países falam de um limite de profundidade de 3.150 metros de coluna d'água, que equivale ao tamanho de uma perfuração registrada na Índia, enquanto o projeto que será executado no Uruguai passará por 3.400 metros de água e mais 3 quilômetros de solo terrestre.

"É uma perfuração muito grande, que alcançará 6.400 metros de profundidade entre o leito marinho e o solo terrestre", declarou Gómez.

A plataforma marítima em que ficará o poço se encontra a 400 quilômetros de Montevidéu e terá um custo aproximado de US$ 200 milhões, que ficará a cargo da Total, indicou Gómez.

"De acordo com o contrato, tanto os trabalhos geológicos que foram realizados como a própria perfuração do poço correm por conta e risco da empresa adjudicatária, neste caso a Total, que também vai arcar com todos os serviços técnicos e o apoio necessário enquanto durar o projeto", explicou o dirigente uruguaio.

A Total obteve em 2012 a concessão do bloco mais solicitado pelos presentes na licitação do governo na chamada rodada do Uruguai II.

Essa rodada foi lançada em setembro de 2011 depois que as pesquisas realizadas pela companhia petrolífera pública revelaram novos indícios da presença de hidrocarbonetos em seu subsolo.

"A perfuração será um elemento muito importante para o conhecimento da área, mas estamos longe de ter certeza de quando haverá um descobrimento", observou Gómez a respeito do tempo que levará para saber se há hidrocarbonetos no poço.

"Se forem encontrados (os hidrocarbonetos), é preciso analisar as condições, as quantidades, os volumes, etc, e ver se são aproveitáveis", concluiu o dirigente uruguaio.