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Para conter inflação, Uruguai congela preços de 1.578 produtos por 60 dias

04/08/2015 18h11

Montevidéu, 4 ago (EFE).- O Ministério da Economia e Finanças do Uruguai publicou nesta terça-feira (3) uma lista de 1.578 artigos de primeira necessidade que terão os preços congelados durante 60 dias, após um acordo entre o governo e representantes empresariais para conter a inflação no país.

A lista, disponível no site do ministério, abrange até 35 grupos de produtos. Entre eles estão alimentos, bebidas, itens de higiene e limpeza, além de várias marcas de erva-mate, um dos produtos mais consumidos no país.

Os preços no Uruguai subiram 0,45% em junho em relação ao mês anterior, levando a inflação acumulada nos seis primeiros meses do ano em 5,64%. Dessa forma, nos últimos 12 meses, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) acumula uma alta de 8,53%.

O acordo voluntário ocorreu após um encontro realizado na última quinta-feira na sede do Ministério da Economia e Finanças, em Montevidéu.

Participaram da reunião o titular da pasta, Danilo Astori, o ministro do Trabalho, Ernesto Murro, e o presidente do Banco Central do Uruguai (BCU), Mario Bergara, além de representantes de sindicatos da indústria e do comércio.

"Isso basicamente garante que a população tenha segurança de fazer suas compras por um período de tempo sem aumentos", explicou o presidente da Câmara de Indústrias do Uruguai, Washington Corallo.

"Estamos dispostos a fazer um esforço mútuo e conjunto para que a população do Uruguai não sofra com a inflação", acrescentou o Corallo, garantindo o apoio de outros setores produtivos do país.

Os empresários acreditam que a alta dos preços será contida com as medidas adotadas hoje. Além disso, defendem que o presidente do país, Tabaré Vázquez, controle a taxa de câmbio com o dólar.

Astori também defendeu o congelamento, afirmando que uma iniciativa similar foi efetiva para frear o crescimento da inflação no ano passado.

"Conseguiremos com essa medida uma desaceleração importante do processo inflacionário, e seguiremos lutando, permanentemente e sem descanso, contra esse desequilíbrio que não pode persistir no Uruguai", disse o ministro. EFE