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Greve do metrô provoca dia de caos e tumulto no transporte público de Londres

06/08/2015 16h47

Londres, 6 ago (EFE).- A greve do metrô de Londres, a segunda em um mês, provocou nesta quinta-feira um grande tumulto no transporte público da capital britânica, com os sistemas de trens e ônibus totalmente saturados pela grande demanda de passageiros.

Os funcionários do metrô iniciaram ontem uma paralisação de 24 horas, em protesto pelas condições trabalhistas oferecidas para quem atuar em um novo serviço noturno que será implantado em várias linhas durante o fim de semana. As operações começam no próximo dia 17 de setembro.

Espera-se que o metrô londrino só volte a funcionar normalmente na manhã de sexta-feira. Mais de três milhões de pessoas usam o serviço diariamente.

Essa é a segunda greve convocada em um mês pelos quatro sindicatos que representam os funcionários do metrô. A primeira ocorreu nos dias 8 e 9 de julho.

Segundo a empresa de navegação por satélite TomTom, às 8h45 locais (4h45 em Brasília), havia 428 engarrafamentos na cidade, com 317 quilômetros de retenções.

Trata-se de um congestionamento duas vezes maior ao registrado na quinta-feira passada, apesar de muito menor do que o vivido no dia anterior à ultima greve, quando 1.445 engarrafamentos provocaram retenções de 1.224 quilômetros.

A TomTom atribuiu o menor impacto da greve à redução da densidade do tráfico durante o mês de agosto.

A Transport por London (TFL), a empresa que administra o sistema de transporte público na capital britânica, habilitou 250 ônibus adicionais para atender o aumento da demanda. Mesmo assim, longas filas podiam ser observadas nas estações de toda a cidade. A maior parte das linhas registrou mais de uma hora de atraso.

De acordo com a emissora "BBC", um motorista foi suspendo após proferir insultos racistas a um passageiro que tentava subir em um ônibus lotado, perto da estação de metrô de St. Paul's.

Além de aumentar a oferta de ônibus, a TFL espalhou 600 pessoas pelas ruas de Londres para informar como turistas e cidadãos britânicos que optaram por caminhar ou usar bicicletas podiam chegar aos seus destinos.

Os grevistas, tanto condutor como funcionários das plataformas das estações, montaram piquetes em várias estações do metrô, que possui mais de 400 quilômetros de linhas.

"Nos pagam um bom salário e a quantidade de feriados também é boa. Por que eles têm que me forçar a trabalhar a noite e em mais fins de semana se não foi isso que eu assinei?", declarou um condutor do metrô à "BBC", que pediu para não ser identificado.

As negociações entre trabalhadores e a direção do metrô foram reiniciadas após a greve de julho, mas não se fechou um acordo.

O prefeito de Londres, o conservador Boris Johnson, reiterou que não prevê mudar os planos de implantação do serviço noturno no metrô, mas não descartou adiar a abertura. Ele também indicou que não pretende modificar a proposta feita aos trabalhadores.