Japão reabre mercado à carne bovina processada do Brasil após embargo
Tóquio, 4 dez (EFE).- O Japão reabriu nesta sexta-feira (4) o mercado à carne bovina processada do Brasil, embargada desde 2012 depois da detecção de um caso atípico do chamado mal da vaca louca no Paraná.
A secretária de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Tatiana Lipovetskaia Palermo, informou hoje em Tóquio sobre a decisão e comemorou pelo "simbólico" incentivo às exportações brasileiras.
O Brasil espera recuperar o volume de embarques de carne ao Japão - o último país do mundo a suspender o embargo - que tinha em 2012, cerca de US$ 18 milhões, antes da detecção de encefalopatia espongiforme bovina (EEB), o chamado mal da vaca louca, no Paraná.
No entanto, o volume é pequeno em relação à quantidade total de carne bovina comprada pelo Japão no exterior - US$ 2 bilhões por ano. Mas o Brasil pretende expandir sua participação a partir da decisão de hoje.
Além de concluir a reabertura do mercado para a carne processada, a visita da secretária de Relações Internacionais do Mapa ao Japão teve como objetivo avançar nas negociações para que o governo do país libere também as importações de carne fresca do Brasil.
"Esperamos concluir essa negociação em breve", explicou Tatiana, que destacou a importância de completar esse passo para que a carne brasileira tenha acesso a um importante mercado como o japonês, que já importa US$ 2,5 bilhões anuais em outros produtos.
Outro ponto importante da visita foram as reuniões para preparar o encontro que será realizado nos dias 24 e 25 de fevereiro em Palmas, no Tocantins, nos quais investidores japoneses discutirão projetos concretos para o desenvolvimento de infraestruturas na região conhecida como Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).
A região formada pelos quatro estados se transformou em um importante foco de produção agrícola no país, graças ao clima favorável e aos 35 milhões de hectares de terras cultiváveis.
Os investimentos japoneses serviriam para resolver problemas de irrigação na região e melhorar a estrutura de escoamento da safra pelas próprias regiões Norte e Nordeste, evitando que parte da produção precise ser transportada até os portos de Santos e Paranaguá.
Empresas japonesas já investem em importantes projetos no Matopiba, como, por exemplo, no porto de Itaqui, perto de São Luís, no Maranhão.
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