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Belo Monte pode ter problemas para escoar parte da energia gerada

Barragem do Sítio Pimental na hidrelétrica de Belo Monte - Lalo de Almeida/Folhapress
Barragem do Sítio Pimental na hidrelétrica de Belo Monte Imagem: Lalo de Almeida/Folhapress

No Rio de Janeiro

17/01/2016 21h58

A usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, cujo funcionamento está previsto para breve, poderia ter problemas para dar saída a parte da energia gerada devido à incerta situação da empresa espanhola Abengoa, uma das empresas responsáveis pelo projeto, segundo informaram neste domingo fontes oficiais.

As dificuldades atravessadas pela Abengoa, que esta semana deve apresentar um plano de viabilidade para evitar a reunião de credores, geraram uma série de demoras, de acordo com uma informação publicada pela Agência Brasil, que cita um relatório da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Devido a sua delicada situação financeira, a Abengoa paralisou no final do ano passado as obras de construção das linhas de transmissão de energia rumo à região Nordeste do país.

"Considerando as previsões atuais dos agentes é bastante provável que haja restrições de geração no período de novembro de 2016 a julho de 2017", teria assinalado a Aneel em seu relatório.

A princípio, quando as primeiras turbinas entrarem em funcionamento, já que a capacidade de geração ainda será baixa, Belo Monte poderá transmitir a energia diretamente ao Sistema Integrado Nacional, através da subestação de Xingu.

No entanto, conforme a capacidade de geração de energia aumentar, serão imprescindíveis as linhas de transmissão pelas quais a Abengoa é responsável.

No dia 14 de janeiro a Justiça suspendeu a licitação de operação da hidrelétrica e multou em US$ 225 mil a empresa Norte Energia, responsável pelo projeto, por não compensar os índios prejudicados pela polêmica obra; no entanto, a empresa espera iniciar o projeto nos próximos meses.

A construção de Belo Monte, uma polêmica represa erguida no meio da maior floresta tropical do mundo, começou em março de 2011 em Altamira, apesar da resistência de índios, agricultores, pescadores e ecologistas, que estão preocupados com o impacto do projeto na Amazônia.

A obra, com um custo calculado de cerca de US$ 10,6 bilhões, exigiu o deslocamento de entre 16 mil e 25 mil pessoas, segundo diversos cálculos, já que sua localização, erguida sobre o rio Xingu, um afluente do Amazonas, inundará 506 quilômetros quadrados de selva.

Quando entrar em funcionamento, a hidrelétrica de Belo Monte deveria gerar 1.000 megawatts, até atingir em 2019 sua geração máxima de potência, em torno dos 11.200 megawatts, assim que gradualmente todas suas turbinas começarem a operar.