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Cientistas criam sistema para que drones ajudem em resgate de montanhistas

10/02/2016 12h11

Genebra, 10 fev (EFE).- Cientistas da Universidade de Zurique, na Suíça, desenvolveram um software de inteligência artificial que permite aos drones reconhecer e acompanhar por si mesmos os caminhos nas florestas para participar de resgates em montanhas.

A pesquisa, de ponta no campo da inteligência artificial e da robótica, em breve permitirá às equipes de resgate buscar pessoas perdidas na natureza mais rapidamente.

Só na Suíça, cerca de mil pessoas pedem socorro a cada ano por terem se perdido ou sofrido acidentes na montanha.

"Os drones ainda não são capazes de voar em entornos complexos como florestas muito densas. Em um ambiente desse tipo qualquer erro pode terminar em acidente e por isso os robôs precisam deum cérebro potente que os permita perceber o que há a seu redor", explicou o professor da Universidade de Zurique, Davide Scaramuzza.

Para resolver este problema e para que as máquinas possam identificar os caminhos, os cientistas desenvolveram um algoritmo que permite aos drones "aprender", a partir de diferentes exemplos, de forma semelhante a como o cérebro humano aprende com a experiência.

Esse algoritmo interpreta as imagens que "vê" na máquina através das câmaras que têm instaladas e reconhece os caminhos criados pelo homem, sempre que eles forem visíveis.

O reconhecimento é possível porque o sistema acumula os dados de mais de 20 mil imagens de caminhos e rotas tomadas pelos pesquisadores durante horas de caminhadas pelos Alpes suíços.

Após testar o software em um caminho totalmente novo, o algoritmo permitiu ao drone encontrar a direção correta em 85% de casos, acima dos 82% de acerto entre humanos.

Apesar do sucesso, os pesquisadores assinalaram que ainda há muito trabalho para conseguir que uma frota de drones se movimente de maneira totalmente autônoma nas florestas em busca de montanhistas perdidos.

Segundo Scaramuzza, embora os drones tenham aprendido a reconhecer e acompanhar os caminhos na floresta, ainda têm que aprender a reconhecer os humanos.