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BCE baixa taxa de juros em 5 pontos básicos, para 0%

10/03/2016 11h06

Frankfurt (Alemanha), 10 mar (EFE). - O Banco Central Europeu (BCE) informou nesta quinta-feira que decidiu reduzir sua taxa de juros em 5 pontos básicos, até 0%, para evitar a deflação.

A taxas de juros básica é o que a entidade recebe nas operações de refinanciamento principais na zona do euro, os leilões semanais.

Além disso, o BCE decidiu reduzir a taxa de juros da facilidade marginal de crédito, à qual empresta o dinheiro a um dia, em 5 pontos básicos, para 0,25%.

Também baixou a taxa de juros para os depósitos bancários a um dia em 10 pontos básicos, até -0,4%, nos três casos para as operações a partir de 16 de março.

O BCE também ampliará a lista de ativos que compra mensalmente e aceitará bônus em euro e com grau de investimento emitidos por empresas estabelecidas na zona do euro.

E irá dar aos bancos mais liquidez a muito longo prazo, quatro anos, a partir de junho de 2016, com taxa de juros da facilidade de depósito, que reduziu a -0,4%.

O euro caiu mais de um centavo de dólar hoje, e era cotado aUS$ 1,0855, depois de o BCE anunciar estas medidas de política monetária.

As bolsas europeias subiram após a divulgação dos novos estímulos do BCE.

O presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, anunciará hoje em entrevista coletiva em Frankfurt, uma revisão para baixo das previsões de crescimento e da inflação e explicará porque a entidade adotou estas medidas tão agressivas.

O BCE previu em dezembro que a zona do euro cresceria 1,7% em 2016 e 1,9% em 2017, com uma inflação de 1% em 2016 e de 1,6% em 2017.

Draghi decepcionou os mercados em dezembro ao criar muitas expectativas e, no final, só prolongar o programa de compra de dívida até março de 2017, além de encarecer a taxa de juros de depósito, até -0,30%.

Uma taxa de depósito negativa faz com que os bancos tenham que pagar juros ao BCE para depositar seu dinheiro na entidade a um dia. A inteção do BCE é fazer com que as entidades emprestem ao setor privado, principalmente às empresas, e também contribui para conter a valorização do euro.

Mas, ao mesmo tempo, essa medida reduz a rentabilidade dos depósitos dos poupadores.

Na Alemanha, os depósitos são mais da metade dos ativos das famílias nas camadas mais baixas, segundo números do Banco de Compensações Internacionais (BIS).

O BCE compra mensalmente, desde março de 2015, dívida pública e privada da zona do euro, sobretudo dívida soberana, 60 bilhões de euros, e a partir de abril comprará 80 bilhões de euros.