Principal jornal da Espanha, "El País" completa 40 anos

Madri, 4 mai (EFE).- O "El País", jornal mais lido na Espanha, completa nesta quarta-feira 40 anos, focado no mundo ibero-americano, mas com grande projeção global.

O "El País" contribuiu nestas quatro décadas ao pluralismo, para uma sociedade melhor informada e em tornar a Espanha mais conhecida no exterior, disseram os diretores da publicação.

O jornal nasceu no dia 4 de maio de 1976, apenas cinco meses depois da morte do ditador Francisco Franco e, desde o início, se transformou em um dos símbolos da transição espanhola.

"Mais do que nascer com a transição, o 'El País' ajudou a transição a nascer", resume o primeiro diretor do jornal, Juan Luis Cebrián (1976-1988), que lembrou importante papel exercido pela imprensa naquela época.

Além disso, Cebrián destacou o compromisso do jornal em momentos cruciais, como na tentativa de golpe de Estado no dia 23 de fevereiro de 1981, quando foi às bancas quase duas horas depois da tomada do Congresso, com a seguinte manchete: "Golpe de Estado. El País, com a Constituição".

O atual diretor do "El País", Antonio Cano, considera o jornal um "manual de convivência entre os espanhóis". Segundo ele, através da publicação, muitos estrangeiros conheceram uma Espanha "moderna e competitiva" e permitiu que os espanhóis sentissem orgulho de fazerem parte de uma sociedade democrática.

O jornal, que pertence ao grupo Prisa, sofreu nos últimos anos, como outros veículos da imprensa escrita, devido à crise gerada pelas novas tecnologias, que se somou aos problemas financeiros mundiais.

Atualmente, de acordo com Cano, o jornal se encontra imerso em um processo de transformação de seu tradicional produto de papel para uma versão digital e tentando encontrar o modelo de negócio mais apropriado para o jornalismo. "Estamos na primeira linha dessa batalha", garante o diretor.