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AI pede que Apple investigue se há trabalho infantil em linha de fornecimento

Reprodução/YouTube
Imagem: Reprodução/YouTube

Em Madri

11/06/2016 14h22

A Anistia Internacional (AI) instalou neste sábado na Porta do Sol de Madri uma mina gigante em três dimensões para exigir que a Apple investique sua rede de fornecimento para que assegure que seus produtos não contêm cobalto extraído por menores.

Na véspera do Dia Mundial contra o Trabalho Infantil, a organização instalou diante da maior loja da Apple na Espanha uma imagem do artista argentino Eduardo Relero que representa em três dimensões uma mina na República Democrática do Congo da qual um grupo de menores extrai telefones celulares.

O mesmo ato vai acontecer também neste fim de semana em várias cidades europeias, como Bruxelas e Praga.

A República Democrática do Congo produz pelo menos 50% do cobalto do mundo, um mineral que frequentemente é extraído com mão de obra infantil.

Os menores entrevistados pela Anistia Internacional explicaram que trabalhavam até 24 horas diárias na mina, levando pesadas cargas, para ganhar entre US$ 1 e US$ 2 por dia.

Em 2014, havia cerca de 40 mil crianças trabalhando em minas em todo o sul da República Democrática do Congo, muitas delas de cobalto, segundo o Unicef.

A Anistia Internacional se dirigiu a Apple para que facilite os nomes das empresas provedoras de cobalto que participam de seu cadeia de fornecimento, incluindo o máximo de informação possível sobre o local e as condições de extração do cobalto, mas ainda não recebeu resposta.

Como ocasião do Dia Mundial contra o Trabalho Infantil, a ONG Save the Children denuncia o crescente número de crianças sírias que foram forçadas a trabalhar, tanto dentro como fora do país, por culpa do conflito e da crise humanitária.

A ONG exige da comunidade internacional, dos governos e da sociedade civil o fim no trabalho infantil na Síria, através de medidas para promover a educação dos menores e fortalecer os sistemas de proteção da infância.