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França pede fim das negociações entre EUA e UE em relação a acordo comercial

30/08/2016 06h09

(Atualiza com mais detalhes de Matthias Fekl).

Paris, 30 ago (EFE).- A França vai solicitar formalmente a seus parceiros europeus, no final de setembro, o fim "puro, simples e definitivo" das negociações com os Estados Unidos para conseguir um Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (TTIP, na sigla em inglês), anunciou nesta terça-feira seu secretário de Estado do Comércio Exterior, Matthias Fekl.

"Deve haver uma ruptura clara, limpa e definitiva", afirmou Fekl, em entrevista à emissora de rádio "RMC", onde justificou esta posição porque desde o começo essas conversas estão meio "sombrias" e geraram "muita desconfiança e medo".

O secretário de Estado francês disse que as exigências de seu país vai se concretizar na reunião dos responsáveis do Comércio Exterior da União Europeia (UE) programado no final de setembro em Bratislava, capital da Eslováquia.

Em sua opinião, na situação atual e com o clima político não é possível que os negociadores de ambos os lados sigam se reunindo.

Por isso, o fim do processo reivindicado pela França, para no futuro "poder reiniciar as negociações sobre novas bases com os EUA".

Fekl observou que a Comissão Europeia não é responsável pelo atual imbróglio, mas o problema é que "os americanos não dão nada ou migalhas" e que "assim não avança a negociação entre os aliados". "As relações entre Europa e EUA - concluiu - não estão à altura. É preciso retomar mais tarde sobre novas bases".

A declaração francesa chega dois dias depois que, em entrevista à imprensa, o vice-chanceler da Alemanha, Sigmar Gabriel, tivesse dado "como fracassado" o processo de negociação.

Pouco depois, a chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou que ainda parecia possível continuar o processo de negociações, embora admitindo a "diferença de opiniões" entre europeus e americanos em assuntos como a proteção do meio ambiente e os direitos do consumidor.

Apesar das diferenças dentro do governo alemão, a Comissão Europeia insistiu ontem em que iria continuar negociando com base no mandato "por unanimidade" que tinha dado os países da União Europeia em 2013.