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Protecionismo segue em alta e ameaça crescimento, diz Fórum Econômico Mundial

27/09/2016 20h44

Genebra, 28 set (EFE).- A abertura das economias caiu nos últimos 12 meses e é um dos fatores que mais pode ameaçar o crescimento, particularmente em países e regiões que seguem sofrendo os estragos da crise financeira de 2008 e da mais recente queda do preço das matérias-primas.

A situação está detalhada no relatório anual sobre competitividade apresentado nesta quarta-feira (data local) pelo Fórum Econômico Mundial (FEM), que afirma que "dez anos de declive na abertura das economias está pondo em risco a capacidade dos países de crescer e inovar".

O relatório inclui um ranking de competitividade, no qual neste ano a Suíça se mantém à frente, seguida de Cingapura e Estados Unidos, que também mantêm suas posições do ano passado.

Nesta edição, o relatório privilegia as análises regionais mais que individuais, e no caso da Europa constata "uma divisão muito marcada entre norte e sul".

De maneira geral, o relatório confirma a acentuação do protecionismo, especialmente mediante a aplicação de medidas não tarifárias.

Também contribuem para essa situação os procedimentos alfandegários embaraçosos e as normas que desestimulam os investimentos estrangeiros diretos, assim como a propriedade por parte de estrangeiros.

Ao contrário do que se poderia acreditar, os países mais propensos a reforçar o protecionismo são os de renda média e alta, segundo a análise do FEM.

"A abertura (das economias) caminha de mãos dadas com a inovação e uma reforça à outra, mas o que vemos desde 2007 é que a abertura diminui", destacou Gómez.

Um dos blocos onde o protecionismo se tornou mais evidente é o G20 - composto pelos países mais industrializados e as maiores economias emergentes -, já que praticamente todos impuseram medidas discriminatórias no último ano.

"Esta situação desalenta a comunidade empresarial para embarcar em novas iniciativas", lamentou o analista.

O relatório afirma que as políticas monetárias iniciadas, particularmente na Europa, foram insuficientes para reativar o crescimento no longo prazo.

Sobre a queda das cotações das matérias-primas, como o petróleo, os autores do relatório sustentam que esta situação obrigou, por exemplo, os países produtores do Oriente Médio a repensar seus esquemas de competitividade para melhorar nesta área.

Isto explica porque três países árabes se encontram agora entre os 30 mais competitivos: Emirados Árabes Unidos (16), Catar (18) e Saudita Arábia (29).

O relatório cobre 138 países que representam 98% do Produto Interno Bruto (PIB) global, de acordo com dados recopilados por diversas organizações internacionais e os resultados da pesquisa anual que o FEM realiza entre 14.000 executivos de todo o mundo.