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Medvedev prevê final da recessão na Rússia no começo de 2017

01/10/2016 09h40

Moscou, 1 out (EFE).- A prolongada recessão que já dura mais de dois anos na Rússia acabará nos próximos meses e já no começo de 2017 a economia deste país deve começar crescer, previu neste sábado o primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev.

"Partimos da base que as tendências negativas da nossa economia nos últimos dois ou três anos se esgotarão no final deste ano, graças às medidas tomadas pelo governo", disse Medvedev em entrevista ao "Canal Um" da televisão estatal russa.

A partir dos primeiros meses do ano que vem, acrescentou, "já teremos um leve crescimento do Produto Interno Bruto".

O chefe do governo russo destacou que outros indicadores macroeconômicos "não estão nada mal" e apontam para uma perspectiva de desenvolvimento econômico no futuro.

"Rebaixamos a inflação, os preços já não crescem tanto como nas últimas décadas. E pode ser que para o final do ano tenhamos o dado de inflação mais baixo de toda a história contemporânea do país", após a desintegração da União Soviética, afirmou Medvedev.

O Banco Central da Rússia (BCR) rebaixou há duas semanas em meio ponto as taxas de juros, de 10,5% a 10%, com o argumento de que a inflação anualizada para setembro de 2017 estará em torno de 4,5%.

O objetivo proposto pelo governo russo para o ano que vem é uma inflação em torno de 4%, enquanto 2016 espera que termine em torno de 6%.

Enquanto isso, o respeitado ex-ministro de Economia russo Alexei Kudrin recomendou hoje ao governo reduzir o déficit público até 2% para que as agências de qualificação internacionais elevem o nível da dívida soberana da Rússia acima dos "bônus lixo".

"Já não temos a possibilidade de manter o atual nível de gasto público. A Rússia será forçada a reduzir o déficit público, e essa será uma política sana e a longo prazo, orientada ao crescimento", disse Kudrin à frente do Ministério durante os anos em que a economia russa crescia em torno de 7% anual.

Atualmente, das três grandes agências de qualificação de dívida -Moody's, S&P e Fitch- só a última mantém a nota da Rússia acima dos "bônus lixo".

A economia russa, imersa há mais de dois anos na recessão, se contrairá em 2016 1,2%, segundo a previsão do Banco Mundial, que melhorou em junho as perspectivas deste país desde uma contração do 1,9%.