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Brasil quer atrair investimentos japoneses em energia solar e carro elétrico

18/10/2016 10h20

Antonio Hermosín

Tóquio, 18 out (EFE).- O Brasil procura atrair investimentos japoneses para desenvolver suas indústrias da energia solar e do carro elétrico, entre outros assuntos tratados nesta terça-feira por ministros brasileiros e empresários japoneses em encontro realizado em Tóquio.

Assim explicou nesta terça-feira à Agência Efe o ministro brasileiro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, após participar de um seminário com empresas e entidades japonesas organizado no marco da primeira viagem oficial ao país asiático do presidente do Brasil, Michel Temer.

O ministro insistiu em oferecer às empresas e instituições japonesas uma imagem de "capacidade de resolver problemas" e de "diferença com o passado", desde que Temer assumiu de forma definitiva a presidência do Brasil no final de agosto.

"Conseguimos atravessar uma crise política de maneira sóbria e avançamos no equilíbrio das contas públicas. No futuro voltaremos a retomar o crescimento, e para isso contamos com empresas brasileiras e estrangeiras", afirmou o ministro.

O responsável de energia expôs às companhias japonesas as "grandes oportunidades de investimento" no Brasil graças a seus "privilegiados recursos energéticos do ponto de vista hídrico, eólico e solar, e também para energia térmica e nuclear".

O Brasil "que ampliar sua matriz energética nas renováveis", e neste sentido "o Japão tem valiosa tecnologia e experiência para fornecer, sobretudo quanto à energia solar", disse Coelho, que esteve acompanhado no ato pelos ministros de Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Marcos Pereira, e de Transporte, Mauricio Quintella.

Apesar do alto potencial brasileiro de geração energética solar, este setor "não está suficiente desenvolvido e começa a suscitar interesse de empresas estrangeiras", e neste sentido "o Japão poderia ajudar a conseguir um rápido crescimento", segundo o ministro.

A tecnologia do carro elétrico, na qual a indústria japonesa é líder, é outro dos setores que o Brasil aspira desenvolver com a ajuda de empresas japonesas que já contam com fábricas no país como Toyota, Honda e Nissan.

"O Brasil é uma potência na geração de biocombustíveis, mas o carro elétrico tomou muita força e nesse sentido o Japão tem muito a fornecer", disse o ministro.

No seminário realizado hoje em Tóquio também foram tratadas oportunidades de investimento em outros setores designados como "prioritários" pelo Executivo brasileiro, como os do petróleo e do gás, assim como da mineração e da construção de aeroportos e ferrovias.

No ato estiveram presentes empresas como o grupo Mitsui, Mitsubishi e Nissan, assim como algumas das principais entidades comerciais e conglomerados financeiros japoneses, e responsáveis da Agência japonesa de Cooperação Internacional (JICA) e do Ministério da Economia, Comércio e Indústria (METI).

"Queremos aumentar a participação das empresas que já estão instaladas no Brasil, e atrair os investimentos de outras que ainda não entraram", ressaltou Coelho, que também apontou a "prudência" que costuma caracterizar as companhias japonesas.

Deste modo, o governo quer aumentar o volume de investimentos japoneses no Brasil, que chegou a US$ 2.516 bilhões em 2013, segundo os últimos dados do Executivo japonês.

A agenda da delegação ministerial brasileira inclui outros encontros com representantes políticos e do setor privado japonês durante hoje e amanhã, enquanto o presidente se reunirá na quarta-feira com o imperador japonês, Akihito, e com o primeiro-ministro, Shinzo Abe.

A visita oficial de Temer é a primeira de um chefe de Estado brasileiro ao Japão desde 2008 e ocorre após o cancelamento de duas viagens previstas em 2013 e 2015 por sua predecessora no cargo, Dilma Rousseff, devido a problemas internos.