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Com ônibus queimados, chilenos iniciam greve contra sistema de pensões

04/11/2016 11h26

Santiago do Chile, 4 nov (EFE).- Pelo menos três ônibus foram queimados por encapuzados e grupos de manifestantes que bloquearam ruas e avenidas com barricadas em diferentes pontos de Santiago e outras cidades do Chile no início de uma greve nacional contra o sistema privado de pensões.

Milhões de pessoas tiveram problemas para se deslocar a suas atividades diárias na capital chilena, pois o metrô teve que suspender momentaneamente alguns de seus serviços e o transporte coletivo era escasso, pela adesão de alguns sindicatos de motoristas à greve.

A jornada corresponde a uma convocação da Coordenadora "No+AFP", que organizou antes três manifestações que reuniram centenas de milhares de pessoas em todo o país, demandando o fim do Sistema Privado de Pensões que, baseado na capitalização individual de um fundo de aposentadoria, que foi imposto em 1981 pela ditadura de Augusto Pinochet.

Atualmente, 90,75% dos aposentados pelo sistema recebem pensões inferiores a 154.304 pesos mensais (US$ 233), quase a metade do salário mínimo estabelecido no país sul-americano, segundo um relatório publicado pela Fundação Sol.

Os organizadores pediram para que os manifestantes não levassem as crianças ao colégio e não fizessem compras a fim de manter paralisadas as distintas instituições do país.

À convocação se somaram distintas organizações, como os grêmios de funcionários públicos, que estão em greve em reivindicação de um aumento salarial e a Plataforma "Chile Melhor Sem TPP", para exigir uma mudança estrutural no sistema de pensões.

Além de em Santiago, também houve manifestações em outras cidades do Chile, como Valparaíso e Viña del Mar, Concepción, Temuco e Valdivia, entre outras.

"Todos os cidadãos têm o direito a se manifestar de maneira pacífica, mas toda alteração à ordem pública terá que ser vista pela Justiça", disse a rádio Cooperativa o ministro do Interior, Mario Fernández.

Fernández confirmou que três ônibus do transporte coletivo foram consumidos pelo fogo em diferentes pontos de Santiago, mas disse que investiga se todos os casos foram atentados.