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Cuba anuncia meta de crescimento econômico de 2% para 2017

27/12/2016 18h03

Havana, 27 dez (EFE).- Cuba quer crescer 2% no próximo ano, após enfrentar um 2016 tenso e marcado com "limitações financeiras" que fizeram o Produto Interno Bruto (PIB) avançar 0,9%, abaixo do 1% previsto, informou nesta terça-feira o ministro de Economia e Planejamento, Ricardo Cabrisas.

Em discurso na Assembleia Nacional de Cuba, o ministro explicou que as previsões são de uma expansão de 2% para o próximo ano. Os maiores crescimentos devem ocorrer na indústria do açúcar, no setor hoteleiro, que tiveram bons resultados neste ano, afirmou a Agência Cubana de Notícias (ACN) sobre o relatório apresentado no parlamento, já que a imprensa internacional não tem acesso ao local.

Além disso, Cabrisas espera avanços nas áreas de transporte, comunicações, agricultura, silvicultura, comércio e a indústria manufatureira.

O ministro também citou a "tensa situação" em relação à disponibilidade de divisas, o descumprimento de receitas previstas com exportações e o insuficiente fornecimento de combustível, causado pela redução dos envios petróleo por parte da Venezuela.

Cabrisas também citou os danos causados pelo embargo que os Estados Unidos mantêm contra Cuba. Para o ministro, os "efeitos extraterritoriais se fortaleceram nos últimos anos, apesar do degelo nas relações bilaterais".

"Essa situação coloca a economia nacional em cenário que não poderá se reverter no curto prazo. Deveremos identificar as possibilidades para substituir importações, diminuir ao mínimo as despesas não imprescindíveis e usarmos de modo efetivo os recursos", afirmou Cabrisas.

Segundo dados oficiais, dos investimentos para 2017, só 6,5% têm participação estrangeira. Cuba ainda não consegue captar todo capital externo que precisa e fazer, segundo Cabrisas, que este seja um "elemento essencial para o progresso da economia nacional".

O ministro cubano também destacou a necessidade de elaborar um programa de médio prazo para "reverter a crítica situação da indústria alimentícia" e "evitar o pagamento de salários sem respaldo produtivo".

De acordo com o relatório apresentado, a produção de petróleo e gás cairá 4,3% em relação a 2016, embora a previsão é que o país alcance níveis energéticos similares ao deste ano. "Isso incide de maneira direta nas importações. Por isso, teremos que analisar mais profundamente essa tendência", completou.

Para 2017, Cuba planeja uma expansão de 4,6% da produção de energia a partir de fontes renováveis, como biomassa e solar, informou Cabrissas.

Depois de crescer 4% em 2015, o governo cubano previu uma expansão do PIB de 2% para 2016, meta que foi reduzida pela metade no meio do ano devido a "dificuldades financeiras conjunturais".

A atual crise que atravessa a Venezuela fez com que o país reduzisse o envio de petróleo subsidiado à ilha no primeiro semestre de 2016. Por isso, o governo cubano foi obrigado a recorrer a aliados como Rússia, Argélia e Angola, na busca de novos parceiros.

Diante dessa conjuntura, analistas cravaram uma recessão econômica em Cuba, o que poderia atrasar o andamento das reformas que estão sendo promovidas pelo presidente Raúl Castro.

No entanto, a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) prevê que em 2017 o crescimento econômico de Cuba começará a se acelerar paulatinamente pela regularização de envios de combustível da Venezuela e o impulso dos setores de telecomunicações, turismo, construção e agricultura.