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Bayer anuncia novo pacote de redução despesas e pode cortar mais empregos

A Bayer indicou que também será afetada negativamente pela taxa de câmbio do real brasileiro - Divulgação
A Bayer indicou que também será afetada negativamente pela taxa de câmbio do real brasileiro Imagem: Divulgação

01/10/2020 17h14

O grupo químico e farmacêutico Bayer quer reduzir despesas em mais 1,5 bilhão de euros (R$ 9,9 bilhões) a partir de 2024, o que pode representar um aprofundamento no corte de funcionários.

A companhia indicou que o montante se juntaria aos 2,6 bilhões (R$ 17,1 bilhões) que fazem parte de um primeiro programa de redução de despesas, que entrará em vigor a partir de 2022 e foi anunciado em novembro de 2018, ano da compra da americana Monsanto.

A transação representou investimento da Bayer de US$ 63 bilhões (R$ 355,3, em valores atuais).

Com os programas de corte, a companhia alemã visa aumentar o fluxo de caixa para investimentos em inovação e áreas de crescimento sustentável, além de reduzir dívidas.

Em novembro de 2018, a Bayer, que tinha 118,2 mil funcionários em todo o mundo, anunciou que iria fechar 12 mil postos de trabalho.

A aquisição da Monsanto acabou gerando prejuízo para o grupo, devido as ações judiciais por causa do herbicida RoundUp, que contém glifosato e poderia ser cancerígeno.

A Bayer, em julho desse ano, chegou a um acordo extrajudicial contra os autores do processo, de quase US$ 11 milhões (R$ 62 milhões).

Hoje, o presidente da companhia, Werner Baumann, admitiu que os cortes de gastos serão importantes para reduzir os efeitos provocados pela pandemia da Covid-19, a doença provocada pelo novo coronavírus.

Recentemente, a Bayer confirmou as previsões para 2021, com a previsão de faturamento similar a deste ano, em que é esperada uma queda no volume de negócios, especialmente no setor fitossanitário, diante da queda da produção agrícola por causa da pandemia.

O setor agrícola enfrenta preços baixos para produtos importantes, forte concorrência na soja e menor utilização de biocombustíveis.

Além disso, a Bayer indicou que será afetada negativamente pela taxa de câmbio do real brasileiro.

A situação, de acordo com as previsões, não mudará no futuro próximo, e a Bayer espera ter que desvalorizar os ativos do setor agrícola.

Ainda de acordo com as previsões da Bayer, o negócio de medicamentos prescritos voltará a crescer em 2021.

No negócio de medicamentos sem prescrição médica, que terá um melhor desempenho e um crescimento mais rápido nos próximos anos, a Bayer pode prever aquisições de outras empresas.