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Liberação de reajuste de planos individuais não é cogitada, diz ANS

Aline Bronzati

17/09/2015 19h11

São Paulo - A ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) está revisitando a questão do reajuste dos planos de saúde individuais, hoje determinado pelo regulador, mas sua liberação está descartada.

A informação é do diretor-adjunto de Normas e Habilitação da agência, César Brenha Rocha Serra. "O incentivo aos planos de saúde individuais faz parte de nossa agenda passada, mas o assunto segue em discussão. É um assunto complexo", disse ele, em conversa com jornalistas, ressaltando a necessidade de proteger os beneficiários.

Não há porém, segundo Serra, um consenso sobre o que poderia ser alterado em relação ao reajuste dos planos de saúde individuais.

A questão é tida como fundamental por seguradoras e também pela Fenasaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar) para que mais companhias voltem a operar neste segmento e também tenham interesse em adquirir players do segmento como a Unimed Paulistana, que foi obrigada pela agência a vender sua carteira de beneficiários.

Sobre o desfecho do caso da operadora, que quebrou mesmo após seis anos de crise financeira e várias intervenções da ANS, o diretor da agência disse que é preciso ter muita cautela na antecipação de um caso como esse.

De acordo com ele, a autarquia toma todas as ações ao seu alcance para evitar colapso de qualquer operadora de planos de saúde, pois é menos traumático para os beneficiários a sua recuperação.

"Nem sempre é possível. A ANS está tentando revisitar e vamos fazer algo. Não há só esse caso [da Unimed Paulistana]. Há outros casos de descontinuidade e a agência está tentando aprimorar, se antecipar, mas não há atraso e sim limitações legais", explicou Serra, durante debate na 7ª Conseguro, promovida pela CNseg (Confederação Nacional das Seguradoras) nesta quinta-feira (17).

O diretor da ANS acrescentou, ainda, que uma ação corretiva por parte do regulador é limitada, uma vez que não pode interferir na gestão do negócio que fica a cargo da administração da operadora.

Embora tenha citado que existem outros casos semelhantes ao da Unimed Paulistana, ao ser questionado por jornalistas, afirmou que não vê muitos exemplos no Brasil e que o número de empresas que quebraram é pequeno perto de um mercado tão amplo com cerca de 1.400 grupos.

Em relação à agenda da ANS para os próximos três anos, que foi apresentada na Câmara de Saúde, no Rio de Janeiro, Serra citou a melhoria da qualidade da regulação no setor, incentivo à sociedade para acompanhar as ações do regulador e ainda foco na qualidade assistencial. Chamou ainda a atenção para maior clareza dos planos de saúde.

"É importante que o beneficiário saiba o que está comprando. Esse é um papel do regulador e das operadoras. É preciso mais clareza em contratos e também uso responsável por parte das pessoas que é importante para o equilíbrio de preço", avaliou.

"É uma conta distribuída por todos. Alguns beneficiários, às vezes, acham que estão contratando um serviço ao adquirirem um plano de saúde, mas, na verdade, é uma cobertura de risco", concluiu.