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Países devem adotar políticas para evitar que crise fique pior, diz Banco Mundial

 Para Arteta, os países devem adotar as políticas necessárias "para evitar que a crise sanitária fique pior -
Para Arteta, os países devem adotar as políticas necessárias "para evitar que a crise sanitária fique pior

Idiana Tomazelli

Brasília

08/06/2020 20h19

Algumas economias da América Latina não chegaram ao pico do número de casos da covid-19 e "seguem aumentando de maneira preocupante", disse hoje o economista-chefe do Grupo de Perspectivas Globais do Banco Mundial, Carlos Arteta.

A instituição divulgou uma previsão de queda de 8% para o PIB do Brasil em 2020 e de recuperação lenta em 2021, com alta de 2,2%. O resultado põe o país entre os piores desempenhos da região.

Para Arteta, os países devem adotar as políticas necessárias "para evitar que a crise sanitária fique pior".

O economista do Banco Mundial respondia a uma pergunta sobre os riscos de tomar decisões sobre reabertura da economia num momento em que autoridades omitem dados sobre o quadro real da pandemia, como é o caso do Brasil. Arteta, porém, evitou comentar diretamente a falta de transparência nos dados sobre a doença no País.

Após mudar o horário da divulgação do boletim diário sobre covid-19, o Ministério da Saúde tirou o portal do ar na noite de quinta-feira, 4. Quando o site retornou, passou a apresentar apenas informações sobre os casos 'novos', ou seja, registrados no próprio dia. Desapareceram números consolidados e o histórico da doença desde seu começo. No domingo, 7, o governo anunciou que voltaria a informar seus balanços sobre a doença. Mas mostrou números conflitantes, divulgados no intervalo de poucas horas.

"Ainda não há indício claro de que algumas economias na região chegaram a um pico de casos, seguem aumentando de maneira preocupante. Assim, qualquer decisão precisa envolver políticas necessárias para evitar que essa crise sanitária fique pior", afirmou Arteta em teleconferência com jornalistas da América Latina.

Segundo ele, cada país lida com a crise de maneira diferente, dependendo do contexto, mas o economista destacou que é "urgente" controlar a crise sanitária e proteger populações vulneráveis. "A solução mais permanente será o desenvolvimento e a disseminação de uma vacina efetiva. Isso pode levar muitos anos", alertou. "Essa crise sanitária estará conosco por bastante tempo. Inclusive se as medidas de confinamento são relaxadas, será necessário impor comportamento de distanciamento social", acrescentou.