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Inflação de serviços sai de queda de 0,11% em julho para baixa de 0,47% em agosto

Para Pedro Kislanov da Costa, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE, alta nos alimentos têm explicação na demanda aquecida, mas a flexibilização das medidas de isolamento social de combate à pandemia do novo coronavírus também pode ter despertado alguma pressão de demanda sobre alguns preços de serviços - Getty Images/iStockphoto/pixelalex
Para Pedro Kislanov da Costa, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE, alta nos alimentos têm explicação na demanda aquecida, mas a flexibilização das medidas de isolamento social de combate à pandemia do novo coronavírus também pode ter despertado alguma pressão de demanda sobre alguns preços de serviços Imagem: Getty Images/iStockphoto/pixelalex

Daniela Amorim

Rio

09/09/2020 13h14

Os preços dos serviços na economia saíram de uma queda de 0,11% em julho para um recuo de 0,47% em agosto, dentro da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no mês, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A nova deflação foi puxada pelo recuo nas mensalidades escolares.

"Sem os cursos regulares, os serviços teriam avançado 0,11% em agosto. Alguns serviços pessoais, como depilação, sobrancelha, tiveram alta em agosto", apontou Pedro Kislanov da Costa, gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE.

Segundo Kislanov, a alta nos alimentos têm explicação na demanda aquecida, mas a flexibilização das medidas de isolamento social de combate à pandemia do novo coronavírus também pode ter despertado alguma pressão de demanda sobre alguns preços de serviços.

"Houve reabertura de muitos estabelecimentos dos últimos dois meses para cá. Claro que isso varia de região para região. E os alimentos também acabam influenciando alguns serviços, como alimentação fora do domicílio, que teve queda menor na refeição fora e aumento do lanche. Pode ser efeito do encarecimento dos alimentos e pode ser efeito da reabertura. Mas é importante aguardar para fazer esse tipo de avaliação. Não dá para dizer que a gente tenha aceleração no resultado de serviços", ressaltou Kislanov.

Os bens e serviços monitorados pelo governo saíram de uma alta de 1,23% em julho para um avanço de 0,78% em agosto, ainda sob influência do encarecimento da gasolina.

Em setembro, o reajuste do gás de botijão deve pressionar a inflação de monitorados, mas plano de saúde dará uma trégua. Kislanov explicou que, diante da decisão da Agência Nacional de Saúde (ANS) de que o plano de saúde não tenha aumento este ano, o IBGE devolverá a alta no item já apropriada de maio a agosto. Os avanços serão descontados em setembro.

"Então a gente deve ter queda no plano de saúde concentrada no mês de setembro. Vai ser uma coisa pontual que vai ocorrer em setembro no plano de saúde", afirmou o gerente do IBGE.