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Sistema de pagamento instantâneo do Banco Central é alternativa a DOC, TED e cartões


Segurança é fator principal no Pix, diz presidente do BC

O Pix começou a funcionar plenamente na manhã de hoje - Cris Fraga/Estadão Conteúdo
O Pix começou a funcionar plenamente na manhã de hoje Imagem: Cris Fraga/Estadão Conteúdo

Eduardo Rodrigues e Fabrício de Castro

Brasília

16/11/2020 13h11

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, voltou a avaliar que o Pix —plataforma de pagamentos e transferências instantâneas do BC, que começou a funcionar de maneira plena às 9 horas de hoje— é uma inovação que vai trazer custos menores para usuários e para o sistema financeiro. Ele reforçou que o sistema é seguro.

"A segurança é um fator principal, é principal preocupação no Pix. Teremos uma estrutura parecida com a que já existe para TEDs e DOCs. Há ainda um gatilho antifraude para combater o crime organizado e a lavagem de dinheiro. Um dos principais objetivos é aumentar rastreabilidade do dinheiro, será um futuro com mais segurança", completou ele.

O diretor de Política Monetária do BC, Bruno Serra Fernandes, acrescentou que a autoridade monetária é reconhecida internacionalmente pela segurança de suas plataformas. "Com o Pix avançamos nos quesitos rapidez, democratização e custo, sendo uma operação muito mais barata que as demais que temos hoje", afirmou.

A partir de agora, já é possível realizar pelo sistema transferências e pagamentos 24 horas por dia, 7 dias por semana, 365 dias por ano.

A expectativa é de que as operações sejam liquidadas em até dez segundos. Até ontem, um total de 71 milhões de chaves haviam sido cadastradas no Pix.

A chave de usuário é um identificador de contas: o cliente pode cadastrar um número de celular, e-mail, CPF, CNPJ ou um EVP (uma sequência de 32 dígitos a ser solicitado no banco). Por meio dela, será possível receber pagamentos e transferências. A chave é um "facilitador" para identificar o recebedor, mas não é indispensável para receber um Pix.

Operações sem chave

Embora uma operação de Pix possa ser feita sem uma chave de acesso, o presidente do Banco Central considerou que as transferências e pagamentos com o uso da chave de acesso são mais rápidas e fáceis de ser concluídas.

"Vemos que hoje ainda há um grande número de operações feitas sem chave. O uso da chave do Pix vai aumentar ao longo do tempo, já que ela simplifica, agiliza e dá segurança para a pessoa", afirmou ele.

Nova janela para instituições aderirem ao Pix

O chefe do Departamento de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro do BC, Angelo Duarte, lembrou que a partir de 1º de dezembro, abre-se novamente a porta e novas instituições podem aderir ao Pix.

Já as pessoas físicas podem aderir ao Pix a qualquer momento. Não há restrições de horários para o funcionamento da plataforma, mas as instituições podem aplicar limites para pagamentos e transferências em horários específicos, como a madrugada, por questões de segurança.

Análise de dados

O presidente do Banco Central avaliou que o futuro da intermediação financeira depende da produção e análise de dados. "Quando eu tenho mais dados, consigo fazer produtos ais convenientes para os meus clientes.

Queremos que essa parte se encontre no futuro com essas transações instantâneas. Você aumenta a competição e permite que mais dados transitem de forma instantânea", afirmou.

"O PIX vai gerar outros modelos de negócios, porque você consegue fracionar os pagamentos. O Pix pode pagar algo muito barato, como um sorvete, mas também um carro", reforçou Campos Neto.