Economia reage, mas não o suficiente para atingir maioria do povo, diz Meirelles
O ex-ministro da Fazenda e atual secretário de Fazenda de São Paulo, Henrique Meirelles, afirmou que a economia brasileira está se recuperando, mas ainda não o suficiente para atingir a maior parte da população e para resolver o endividamento excessivo de grande parte das companhias.
Em webinar da Câmara Britânica de Comércio e Indústria no Brasil, Meirelles reconheceu o papel fundamental das medidas adotadas pelo governo federal para amenizar os efeitos da pandemia de covid-19 na economia, mas destacou que o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020 (-4,10%) ainda ficou aquém da média mundial (-3,50%).
"O auxílio emergencial teve um papel importante, garantiu a renda de famílias que estavam ou ainda estão fora do mercado de trabalho. Injetou recursos na economia e o consumo reagiu. Houve empréstimos importantes para companhias. Não foi uma queda dramática, mas com consequências sérias para a economia", disse ele, lembrando que o desemprego aumentou "enormemente".
O ex-ministro mais uma vez fez a comparação com a economia de São Paulo, que, segundo ele, foi uma das poucas regiões do mundo que cresceu em 2020, com alta de 0,30%, conforme ele.
Meirelles disse que o que foi decisivo foi o combate direto à extensão da contaminação e aumento da gravidade da pandemia de covid-19. "Não há trade off entre saúde e economia. Tem que proteger a saúde. Fizemos medidas de restrição e depois uma série de protocolos com uma série de setores econômicos para, pouco a pouco, a economia pudesse retomar de maneira mais sólida, com população melhor orientada do que o restante do País."
Meirelles finalizou que a vacina é o "nome da solução" para a economia. "É o ritmo de vacinação que vai determinar o ritmo de recuperação da economia."
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