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IPCA 2021 pode ir a 7% com risco de avanço de expectativas de 2022, diz Meirelles

Secretário de Fazenda e Planejamento de São Paulo, Henrique Meirelles - Divulgação/Governo de São Paulo
Secretário de Fazenda e Planejamento de São Paulo, Henrique Meirelles Imagem: Divulgação/Governo de São Paulo

Thaís Barcellos

São Paulo

08/06/2021 14h42Atualizada em 08/06/2021 17h44

O ex-ministro da Fazenda e atual secretário de Fazenda de São Paulo, Henrique Meirelles, admitiu que o cenário de inflação alta pode se tornar permanente, embora o quadro atual resulte de desorganizações da cadeia produtiva em meio à pandemia de do novo coronavírus.

Meirelles destacou que a economia só voltou ao nível do fim de 2019 no primeiro trimestre de 2021 e o que desemprego está elevado, o que deveria indicar uma inflação mais baixa.

Em webinar da Câmara britânica de Comércio e Indústria no Brasil, Meirelles afirmou que o que mais preocupa não é a inflação oficial de 2021, embora esteja alta e possa chegar a 7,0%, mas o avanço das expectativas de 2022.

"O Banco Central vai ter que tomar atitudes firmes para ancorar expectativas de inflação. Tem que fazer o que for necessário. BC não pode ser visto como se estivesse amarrado. Essa diretoria do BC é muito boa. Mas essa ação tem que estar junto com uma mensagem fiscal forte do governo federal de que a situação está sob controle. O risco maior um pouco é o aumento de expectativas de inflação em 2022. É onde o BC precisa atuar para ter inflação controlada, baixar as expectativas de inflação", defendeu Meirelles.

O secretário de Fazenda de São Paulo admitiu que a questão inflacionária é um risco para a recuperação da economia após a imunização da população contra a covid-19.

"Não podemos perder controle de expectativas de inflação para ter uma retomada organizada", afirmou.

Meirelles também disse que o maior risco é fiscal, depois dos gastos elevados em 2020 para amenizar os efeitos da pandemia de covid-19. Agora, além do avanço da agenda de reformas e de produtividade, o ex-ministro afirmou que é importante controlar as despesas públicas para crescer mais e melhor. "

O maior problema é fiscal. É necessário seguir o teto de gastos e avançar em reformas. Seria uma tragédia sair de uma crise de saúde e entrar em uma crise fiscal", disse.