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Reservatórios de hidrelétricas do Sudeste/Centro-Oeste caem para 29,8%

Reservatório da Usina Hidrelétrica de Furnas, em São José da Barra (MG) - Paulo Whitaker/Reuters
Reservatório da Usina Hidrelétrica de Furnas, em São José da Barra (MG) Imagem: Paulo Whitaker/Reuters

Denise Luna

No Rio de Janeiro

24/06/2021 14h57Atualizada em 24/06/2021 17h37

Sem chuvas nos últimos dias e sem previsão de melhora nos próximos meses, os reservatórios das usinas hidrelétrica do subsistema SE/CO (Sudeste/Centro-Oeste) caíram em média, ontem, para abaixo do patamar de 30% que mantinham desde o início do mês, chegando a 29,8%, segundo dados do ONS (Operador Nacional do Sistema).

Em contraste, os reservatórios do Norte do País estavam 83,3% cheios; do Sul, em 61,5%, e 59,8% do NE (Nordeste). Na média, o SIN (Sistema Interligado Nacional) registrava 40,1% de armazenagem de energia nas hidrelétricas.

O subsistema SE/CO representa 70,1% do total de reserva energética do setor, seguido pelo subsistema NE, com 17,8%; subsistema Sul, com 6,9%; e 5,2% do Norte, segundo cartilha sobre a situação hídrica do país publicada pela EPE (Empresa de Pesquisa Energética).

"Após um período úmido com poucas chuvas, estamos no início da estação seca e os reservatórios estão com níveis de armazenamento baixos, o que acende um sinal de alerta, visto que a água armazenada precisará ser utilizada tanto para a geração de energia quanto pelos demais setores usuários. Sendo assim, a expectativa é de redução dos níveis dos reservatórios até novembro, quando se espera o início do próximo período úmido", explica a EPE na Cartilha.

Para especialistas, o problema deve se agravar até novembro, quando recomeça o período chuvoso, e, se as chuvas ficarem abaixo da média histórica, como vem acontecendo nos últimos sete anos, será difícil de escapar de um racionamento em 2022, ano de eleições presidenciais.

As contribuições de energia de grandes hidrelétricas do Norte do país, como Belo Monte, Santo Antônio e Jirau, que são a fio d'água, aos poucos também, vão deixar de existir com a falta de chuvas, o que deve agravar ainda mais a situação e exigir o acionamento de mais térmicas para garantir o abastecimento.

No primeiro trimestre, por exemplo, Belo Monte chegou a gerar sua capacidade máxima de 11 mil megawatts-hora, ou cerca de 15% da geração total do país, ajudando o sistema, o que não se repete durante o período seco (abril a novembro).