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Petrobras perfura poço mais profundo do Brasil, com 7,7 mil metros

Na imagem: navio sonda no poço exploratório Monai, da Petrobras, a 145 km da costa do Espírito Santo - Alexandre Gentil/Petrobras
Na imagem: navio sonda no poço exploratório Monai, da Petrobras, a 145 km da costa do Espírito Santo Imagem: Alexandre Gentil/Petrobras

Em São Paulo

10/12/2021 12h55Atualizada em 10/12/2021 15h09

A Petrobras disse hoje que concluiu a perfuração do poço exploratório de petróleo pioneiro do bloco ES-M-669, no pré-sal da Bacia do Espírito Santo.

Perfurado a 145 km da costa, em locação conhecida como Monai, figura presente na cultura Guarani, o projeto bateu diversos recordes, entre os quais o de poço mais profundo já perfurado no Brasil, com cerca de 7,7 mil metros.

Também é a maior camada de sal já perfurada no país, com aproximadamente 4,8 mil metros.

"O uso intensivo de tecnologia e a atuação eficiente das equipes envolvidas também permitiram que diminuíssemos em aproximadamente 50% o tempo de perfuração do poço, em comparação com a média histórica para projetos dessa natureza e complexidade, o que representa também uma redução de custos significativa", destacou em nota à imprensa o diretor de Desenvolvimento da Produção da Petrobras, João Henrique Rittershaussen.

"A exploração dessa nova fronteira no pré-sal da Bacia do Espírito Santo reafirma o foco da Petrobras em atuar em águas ultraprofundas por meio de parcerias com outras empresas", pontuou.

A estatal explica que, diferentemente de um poço produtor de petróleo, um poço exploratório tem como objetivo obter informações sobre as características das rochas perfuradas, sua geologia, pressões existentes e presença de reservatórios com petróleo ou gás.

Segundo a empresa, a perfuração do poço pioneiro Monai obteve todas as informações geológicas esperadas para a avaliação adequada da área.

Os dados obtidos estão sendo analisados para a definição do futuro do bloco ES-M-669. A Petrobras salienta que as informações geológicas obtidas em áreas de fronteira exploratória, como é o caso do Monai, subsidiam também o aprimoramento dos estudos e modelagens para outras áreas e bacias, incorporando um importante conhecimento estratégico para a companhia.

Desafios técnicos

Localizado em uma nova fronteira exploratória, a perfuração do poço Monai caracterizou-se por um cenário com expressivos desafios técnicos e alto nível de complexidade operacional, destaca a estatal.

O poço foi perfurado em um local com lâmina dágua (distância entre a superfície da água e o fundo do mar) de 2.366 metros.

A profundidade recorde total do poço de 7,7 mil metros, para efeito de comparação, equivale a 1,3 vezes a altura do Monte Kilimanjaro, montanha mais alta da África.

O recorde anterior de profundidade era do poço conhecido como Parati, um dos precursores da descoberta do pré-sal, perfurado em 2005, na Bacia de Santos, com 7,6 mil metros.

Outro recorde obtido pelo poço Monai foi o de maior espessura de camada de sal já perfurada, com 4,8 mil metros, o equivalente à altura de quase seis Burj Khalifa, arranha céu mais alto do mundo.

A espessura usual da camada de sal em poços de petróleo no pré-sal da bacia de Santos, maior polo petrolífero pré-sal do planeta, gira em torno 2 mil a 2,2 mil metros.

A estatal acrescenta ainda que o poço Monai também superou outros recordes de perfuração no Brasil. Trata-se do poço com maior extensão de fase única (segmento) em poço vertical/direcional no país, com cerca de 3,4 mil metros.

Além disso, o poço também bateu o recorde de maior coluna de tie-back, um tipo de tubulação de aço que conecta um trecho de tubulação no fundo do poço à "cabeça" do poço, instalada no fundo do mar.

A coluna de tie-back no poço Monai tem comprimento total de 4,3 mil metros.

Conforme a empresa, o poço teve o maior peso de revestimento já descido em águas brasileiras, de 794 toneladas, o equivalente a cinco baleias azuis, animal mais pesado do planeta.

O revestimento é uma coluna de aço que reveste as paredes do poço para manter a sua estabilidade e integridade, evitando o desmoronamento das rochas para dentro do poço e atuando também como uma importante barreira de proteção contra vazamentos de fluidos para o meio externo.