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Entenda por que o Nubank é mais valioso do que o Itaú

Na semana passada, o banco digital abriu capital na Bolsa de Nova York e estreou no mercado valendo US$ 41,5 bilhões - Divulgação
Na semana passada, o banco digital abriu capital na Bolsa de Nova York e estreou no mercado valendo US$ 41,5 bilhões Imagem: Divulgação

São Paulo

18/12/2021 17h00

Em maio de 2013, o Nubank foi fundado com uma proposta ousada. A ideia era tornar processos até então burocratizados nos bancos em procedimentos ao alcance de um clique. Sem porta giratória, filas, extratos complexos e tentando entregar uma experiência digital e satisfatória ao usuário.

Na semana passada, o banco digital abriu capital na NYSE (Bolsa de Nova York) e estreou no mercado valendo US$ 41,5 bilhões, portanto mais do que o centenário Itaú Unibanco - que lucrou R$ 6,8 bilhões no 3º trimestre - e todas as demais instituições financeiras da América Latina.

Para João Daronco, analista da Suno Research, se faz sentido o Nubank valer mais do que o Itaú é "a pergunta de US$ 1 milhão". O Nubank, de fato, é inovador e com grande potencial, mas há dúvidas sobre o patamar de preço em que a fintech chegou ao mercado e se as expectativas serão cumpridas.

"Eu não vou ter a prepotência de dizer que sim ou que não. Porém, vejo que aos preços atuais o investimento em Itaú é mais 'fácil' de se pagar dada a sua execução do que o do Nubank", diz. "A diretoria do Nubank terá grandes desafios para esse preço fazer sentido. É possível que consigam? Sim. É provável que consigam? Não tenho tanta certeza."

Sobre os "bancões", a análise é que, embora tenham carteira de crédito robusta, solidez e lucratividade, há dúvidas sobre sua adaptação a mudanças e tecnologias, além dos processos mais burocratizados.

Como avaliar

Hoje, considerado o maior banco digital do mundo, o Nubank pode ser um case disruptivo no segmento. Por isso, a forma de avaliar a empresa deve ser diferente.

A tese de investimentos em bancos digitais é diferente e se baseia na capacidade de ganhar clientes, no crescimento. E foi a confiança nesse quesito que fez a Catarina Capital entrar no IPO do "roxinho". A casa espera que a fintech tenha uma rentabilidade acima das principais companhias da Nasdaq no longo prazo, de pelo menos 30% a 35% ao ano.

Bruno Madruga, sócio e head de renda variável da Monte Bravo Investimentos, ressalta que o Nubank atingiu uma quantidade de CPFs muito grande em pouco tempo. "Além disso, o CEO da empresa quer transformar o Nubank em um banco global, o que trouxe atratividade dos investidores na abertura de capital", acrescenta. Na data da reportagem, o Nubank estava em período de silêncio.