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700 servidores do BC já deixaram cargos em movimento por aumento, diz sindicato

Sindicato diz que  700 servidores do Banco Central já abandonaram seus cargos após movimento por reestruturação da carreira e recomposição salarial - Adriano Machado/Reuters
Sindicato diz que 700 servidores do Banco Central já abandonaram seus cargos após movimento por reestruturação da carreira e recomposição salarial Imagem: Adriano Machado/Reuters

Thaís Barcellos

Brasília

31/03/2022 12h51Atualizada em 31/03/2022 18h34

O Sindicato Nacional de Funcionários do Banco Central (Sinal) afirmou que 700 servidores do órgão com cargo comissionado já abandonaram a posição devido ao movimento da categoria por reestruturação da carreira e recomposição salarial de 26,3%. Segundo o sindicato, há 1.000 cargos comissionados no Banco Central, em um total de 3.500 servidores. A categoria anunciou greve por tempo indeterminado a partir da sexta-feira, 1º de abril.

As dispensas, contudo, ainda não foram publicadas no Diário Oficial da União. Segundo o presidente do Sinal, Fábio Faiad, o BC tem segurado os pedidos.

"A partir de amanhã, todos vão anunciar que estão em greve. Então, ou o banco faz o descomissionamento, ou os comissionados serão mantidos à toa, pois eles não farão os trabalhos", diz Faiad.

Em nota, o presidente do Sinal ainda lamenta que o presidente do BC, Roberto Campos Neto, tenha decidido tirar férias neste momento. Segundo o Diário Oficial da União, o diretor de Regulação do BC, Otávio Damaso, irá substituir Campos Neto desta quinta-feira até 4 de abril.

"E infelizmente, nessa hora tão importante, o Presidente do BC viajou de férias para Miami, o que não ajuda para encontrarmos uma solução para a crise!", pontua Faiad.

Na última terça-feira, 29, o presidente do BC se reuniu com os sindicatos dos servidores do órgão. Não houve apresentação de proposta, mas Faiad disse que Campos Neto afirmou que iria tentar uma proposta de reajuste para categoria em reunião ministerial na próxima semana.

Na nota desta quinta, o Sinal afirma que não há "nenhuma chance de recuo" da greve e reforçou que o movimento pode afetar o funcionamento do Pix, a divulgação do Boletim Focus e de "diversas taxas financeiras", as operações de mercado aberto, entre outras.

Faiad observa que a greve dos servidores do BC será feita respeitando a lei de serviços essenciais, mas lembra que o Pix e outras atividades do BC não se encontram dentro do escopo dessa lei. "Portanto, a greve poderá interromper parcialmente o PIX e a distribuição de moedas e cédulas. E poderá interromper, parcial ou totalmente, a divulgação do boletim Focus e de diversas Taxas, o monitoramento e a manutenção do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) e da mesa de operações do Demab, o atendimento ao público e outras atividades."