Forbes considera Petrobras "patinho feio" das multinacionais do petróleo

A enxurrada de notícias negativas ainda não cessou sobre a Petrobras (PETR3; PETR4). A estatal foi considerada pela revista norte-americana Forbes como o "patinho feio" entre as multinacionais do setor de petróleo, em artigo publicado nesta semana.

A reportagem trata do que os leitores da revista pensam da empresa brasileira, e reúne uma série dessas opiniões. Numa delas, Stephan Zanga, sócio fundador da SZA Projeta, boutique de investimentos com base em São Paulo, diz: "A Petrobras não é uma empresa guiada por lucros".

Em outra mensagem, Luciano Ribeiro Sobral, gestor da FRAM Capital, diz: "As ações da Petrobras se encaixam no panorama acionário do Brasil dos últimos anos: a maioria dos investidores compram ações acreditando em uma nova era de aceleração do crescimento e lucros gordos das empresas, mas isso tem se mostrado errado. Eu acredito que gradualmente os investidores irão abandonar os ativos brasileiros".

Segundo a publicação, a empresa tem sido um "grande desapontamento" para os investidores nos últimos anos. A maior parte das perdas do índice iShares MSCI (Morgan Stanley Capital International) Brazil - um dos principais índices usados por investidores estrangeiros para acompanhar ações na bolsa brasileira - veio dos papéis da Petrobras no ano passado. E se olhar somente para esse ano, as ações ordinárias da companhia caíram 18,8%, sendo cotadas a R$ 15,87, enquanto as preferenciais recuaram 8,8%, indo para R$ 17,80. Por outro lado, o índice norte-americano de petrolíferas S&P subiu 7% no acumulado de 2013.

Petro é "pior" que a BP?

A revista ainda ironiza o caso da British Petroleum (BP) como uma das empresas "mais odiadas internacionalmente" depois do derramamento de petróleo no Golfo do México, que vê suas ações subirem quase 2% este ano.

De acordo com a Forbes: "é difícil encontrar uma petrolífera numa situação pior do que a Petrobras". Outros exemplos de companhias que mostram desempenho positivo são: Chevron, ExxonMobil e Even Repsol, que avançam 6%, 2% e 3,6%, respectivamente.

A publicação ainda aponta que na semana passada o Barclays Capital divulgou recomendação "equal weight" (desempenho em linha com a média do mercado) para as ações da Petrobras, citando que seria uma boa opção segurar o papel no longo prazo, mas, ao mesmo tempo, alertou sobre a importância de ficar atento para a depreciação da ação no curto prazo.

A Forbes lembrou, no entanto, que em junho de 2011 o banco de investimentos também tinha deixado o papel da Petrobras como equal weight e a ação caiu 34% naquele ano.