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Invisto pensando na aposentadoria; como fazer para pagar menos impostos?

09/04/2014 15h30

Pergunta:

Tenho 33 anos e invisto no Tesouro Direto focando a aposentadoria. Todos os meses compro NTN-B Principal com vencimento para 15/05/2035 e gostaria de uma opinião sobre os últimos meses de aplicação.

Quando faltar 2 anos para vencer os títulos, o imposto de renda sobre as futuras compras será maior que 15%, pois o tempo restante ficara abaixo dos 720 dias, conforme tabela de alíquota do IR. Para não pagar imposto maior na reta final do investimento, qual aplicação eu poderia fazer?

Leitor: Rodnei

Resposta de Roberto Alem, CFP, planejador financeiro certificado pelo IBCPF:

Rodnei,

Primeiramente gostaria de parabenizá-lo por ter a consciência de se preocupar com seu futuro e poupar para a sua aposentadoria.

No seu caso, acho interessante você procurar para esses últimos 2 anos que faltarem até a sua aposentadoria, aplicações com isenção de IR para pessoa física, como por exemplo LCI, CRI e Debêntures de Infraestrutura.

A LCI (Letra de Crédito Imobiliário) é emitida por bancos, sendo um título de renda fixa lastreado por empréstimos imobiliários. A vantagem da LCI é que você possui garantia do FGC (Fundo Garantidor de Crédito) em aplicações de até 250 mil reais, ou seja, se no pior cenário a instituição bancária onde você investiu a LCI quebrar, o FGC lhe garante até o limite de 250 mil reais. Essa garantia trás uma boa segurança ao investidor. A liquidez desse produto pode variar desde 30 dias até 2 anos e claro, quanto maior o prazo, maior será sua remuneração.

Os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI’s) são títulos lastreados em créditos imobiliários. A grande vantagem desse investimento é o bom retorno que tem oferecido devido à isenção de IR para pessoa física. A desvantagem é que grande parte dos CRI’s, exigem que o investidor seja qualificado para participar de uma oferta, ou seja, tem que ter no mínimo 300 mil reais em investimentos e esse tipo de investimento não possui a garantia do FGC.

A Debênture, nada mais é do que o investidor emprestar dinheiro para uma empresa (empresa emissora da debênture) e em troca o montante deverá ser pago de volta aos investidores com juros. As debêntures de infraestrutura se enquadram na Lei no 12.431 que isenta os investidores pessoa física de pagamento de IR. É importante destacar que as debêntures de modo geral, possuem baixa liquidez no mercado secundário e não possuem garantia do FGC.

Tanto CRI quanto Debênture, como são títulos de crédito, torna-se necessário fazer uma análise minuciosa da condição de pagamento da contraparte (já que o FGC não cobre eventuais defaults) e prazos de pagamentos.

Essas são algumas alternativas de investimento no cenário atual e que até 2033, muita coisa pode ocorrer no caminho, como mudança de regulamentação, outro cenário econômico e novos produtos no mercado.

Roberto Alem planejador financeiro pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pelo Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros ( IBCPF ). 

As respostas refletem as opiniões do autor. O  IBCPF  e o Infomoney não se responsabilizam pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações. Perguntas devem ser encaminhadas para onde_investir@infomoney.com.br

Prezado Hildebrand,  

Pouco a pouco é possível ver mudanças significativas no perfil de investimento dos brasileiros. Percebemos, por exemplo, o crescimento do numero de jovens que estão disponibilizando parte de sua renda para se planejar financeiramente para a sua aposentadoria. É um movimento que tende a crescer cada vez mais ao longo dos próximos anos, especialmente com a educação financeira em curso em nossa sociedade.  

 Sua iniciativa é digna de receber elogios e servir de exemplo a outros tantos...  

 Como seu planejamento para esse investimento tem um horizonte de 15 anos algumas observações importantes devem ser feitas. Em uma simulação com um investimento inicial de R$ 10.000 e aplicações regulares de R$ 500, com uma rentabilidade anual de 10%, atingiremos após 15 anos um capital de R$ 242.583, sem considerar a inflação no período. Com esse capital investido é possível viver com uma renda de aproximadamente R$ 2 mil/mês, complementando a sua aposentadoria. No entanto, a pergunta magica é como atingir essa rentabilidade para um baixo risco no investimento.  

 Com as informações presentes não é possível identificar qual o seu perfil de investidor, onde seria possível identificar o quanto de risco você esta propenso a aceitar em sua carteira de investimentos (para saber o seu perfil de investidor é aconselhável buscar sua instituição financeira e responder ao questionário “Suitability”). No entanto, podemos considerar que você segue o padrão brasileiro de conservadorismo em seus investimentos, bastante carregado de “renda fixa” , mas propenso a conhecer novos produtos para pequenos investimentos.  

 Sugiro, para você superar a rentabilidade apresentada na simulação, que divida seu patrimônio em 2 partes.  

 A primeira parte é separar R$ 5 mil inicial e 80% de suas aplicações regulares para um fundo de renda fixa com credito privado que supere consistentemente 100% do CDI. Muitos fundos conseguem superar esse benchmark, e possuem aplicações inicias bastante acessíveis. Prefira esse investimento as NTN-Bs e a sua aplicação em imóveis.  

 Para os outros R$ 5 mil iniciais, e 20 % de suas aplicações mensais (R$100,00), podemos ser um pouco mais arrojados, buscando atingir uma rentabilidade superior do que a renda fixa. Como sua disponibilidade atual é pequena para ser investida diretamente em ações (coma na sua atual carteira de ações de Vale e Itau), uma excelente alternativa são os fundos de ações.  

 Os fundos de ações são, para a grande maioria dos investidores, a melhor alternativa para seus investimentos em renda variável. Apresentam vantagens como liquidez, diversificação e uma gestão profissionalizadas dos seus investimentos. Com ele você estará bem atendido para atingir sua meta de longo prazo na aposentadoria. Procure gestoras com comprovada competência em sua equipe de analise, e fundos de ações que sejam considerados “Ibovespa ativo”, com a intenção de superar o bechmark. Prefira esses as ações propriamente ditas.  

 E lembre-se: o resultado do seu sucesso financeiro também depende de você!  

 *Fabiano Pessanha, CFP, planejador financeiro certificado pelo IBCPF