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Setor que passou por cima da crise encontra pedra no sapato para 2015, diz Coinvalores

23/01/2015 14h00

SÃO PAULO – No setor bancário, 2015 deve ser um ano parecido com 2014, inclusive nos riscos. No entanto, de acordo com a Coinvalores, o julgamento dos planos econômicos no STF, tão comentado no ano que se encerra, volta à tona e pode trazer volatilidade forte para os papéis do setor. “O impacto de uma decisão favorável aos poupadores é grande e não deve ser ignorada. Em suma, é um dos poucos setores que tem performado bem mesmo num cenário adverso, mas tem essa pedra no sapato para o ano que se inicia”, afirmou em relatório.

A morosidade da economia brasileira poderia ter tido um grande impacto nos números dos bancos por aqui, mas, o cenário que se viu em 2014 foi bem mais ameno do que poderíamos esperar. Uma conjunção de fatores favoráveis acabou, na média, elevando a rentabilidade dos bancos brasileiros. O retorno anual sobre o patrimônio líquido do sistema bancário nacional estava com um com um ROE de 12,8% em dezembro de 2013, melhorando gradualmente até chegar aos 13,7% observados no meio de 2014.

Fatores esses que começam pela elevação na taxa de juros, passando pela retomada dos spreads, manutenção da taxa de desemprego em nível historicamente baixo, o que coroou a estratégia dos bancos, principalmente privados, de focar a concessão de crédito em linhas com inadimplência baixa ou altas taxas de juros e otimizar sua estrutura operacional, diminuindo custos e despesas.

A corretora ainda destacou o crescimento do crédito rural, que está em linha com a estratégia do principal banco público brasileiro, que é utilizar sua expertise nesse segmento para alcançar aumento consolidado na carteira superior aos pares privados. “O crédito imobiliário poderia seguir mesma tendência, já que há interesse dos bancos em expandir essa modalidade de crédito, mas vem esbarrando no crescimento do próprio segmento, que tem apresentado mau desempenho em 2014 sem perspectivas de melhora em 2015, como vamos abordar no setorial sobre Construção Civil, algumas páginas à frente”, disse.

Nos demais segmentos, a desaceleração acompanha o panorama de retração da atividade econômica doméstica. Além disso, a Coin vê, cada vez mais, uma maior diversificação nas fontes de resultados dos bancos, com crédito ainda respondendo pela maior parte, mas com participação cada vez menor. “Tesouraria tem ganhado participação, em linha com a escalada dos juros que tivemos nas últimas reuniões do Copom, mas o segmento que gostaríamos de destacar é o de seguros”, afirmou.

“Alguns bancos tem se dado melhor apostando em saúde, outros em previdência ou até mesmo capitalização, mas é inegável o sucesso da estratégia adotada para essa divisão, haja vista o sucesso do IPO da BB Seguridade”, finalizou a Coinvalores.