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Citi corta preço-alvo de ação com aumento de impostos; saiba qual

28/01/2015 13h15

SÃO PAULO – A Citi Corretora divulgou relatório em que reduz estimativas e preço-alvo para os papéis da Natura (NATU3). Para os analistas, a estimativa de que o real se desvalorize mais ainda frente ao dólar e o potencial impacto de um novo imposto para cosméticos e higiene pessoal começando em 2015 cortam as previsões de lucros para a companhia em 10% ainda para esse ano. Ainda assim, o rating atribuído para o papel é neutro.

Os analistas ponderam que a equipe econômica do governo introduziu previsões fracas para o país, que incluem o câmbio mais fraco. “Nós estimamos que os custos atrelados ao dólar somem 20% do total de custos dos bens vendidos”, afirma a Citi Corretora.

Além disso, novas incertezas relacionadas aos impostos persistem e os analistas observam potencial limitado na rede de vendas da Natura. Mesmo assim, a expectativa da instituição financeira é que a margem EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações, na sigla em inglês) não chegue abaixo do fundo feito no segundo trimestre de 2014.

Em relação ao aumento de impostos anunciado pelo governo para produtos cosméticos, a estimativa dos analistas é que eles afetem mais de 50% das vendas da companhia. “Enquanto os detalhes finais devem ser lançados nas próximas semanas, nosso cenário base é que as categorias de cosméticos e higiene pessoal (sob a definição da Natura) serão incluídos na lei. Estes impostos devem se tornar efetivos em maio/junho de 2015. Nós esperamos que a Natura aumente os preços para compensar (bem como transmitir o fraco câmbio), que nos leva a cortar a nossa estimativa de vendas numa média de 2,0% em 2015-16”, afirma a instituição financeira.

Dessa forma, o preço-alvo do papel da Natura foi reduzido para R$ 35,00 por ação, fazendo com que a empresa negocie abaixo de dez vezes seu EV/EBITDA (Valor da empresa sobre lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações, na sigla em inglês), o que é um desconto de 25% em relação à média dos últimos três anos.

“Natura oferece um dividendo atrativo em relação aos seus pares globais, mas é menos atrativa em um crescimento ajustado de P/L (preço sobre lucro) e EV/Ebitda”, finaliza a equipe de análise da Citi Corretora.